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São Paulo, quarta-feira, 05 de fevereiro de 2003

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Powell tenta hoje convencer a ONU sobre o Iraque

DA REDAÇÃO

O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, tenta convencer hoje o Conselho de Segurança (CS) da ONU de que o Iraque possui armas de destruição em massa, continua enganando os inspetores e merece ser atacado.
Ele deve falar por cerca de uma hora e meia a chanceleres e embaixadores reunidos no CS, apresentando o que prometeu serem "provas convincentes".
Segundo assessores, Powell levará entre outras coisas imagens de satélite de laboratórios móveis de armas biológicas e fitas com diálogos entre altos funcionários do regime de Saddam Hussein.
Espera-se que ele minimize a importância dos eventuais laços entre o Iraque e terroristas da Al Qaeda e concentre suas acusações sobre a questão das armas não-convencionais. Powell terá de convencer um público doméstico e internacional que tem expressado oposição aos planos dos EUA e do Reino Unido de atacar Bagdá.
Dentro do CS, seu poder de persuasão estará voltado principalmente aos representantes de França, Rússia e China. Esse três países -ao lado de americanos e britânicos- são membros permanentes do CS (com direito a veto). A única forma de Washington iniciar a guerra com apoio da ONU seria convencendo-os a autorizar o uso da força. Caso contrário, os EUA se dizem dispostos a atacar Bagdá unilateralmente.
Moscou, Pequim e, sobretudo, Paris dizem não haver ainda provas que justifiquem uma ação armada e pedem mais tempo para que os inspetores de armas da ONU possam desarmar Saddam.
O Reino Unido, principal aliado dos EUA, fracassou ontem em sua tentativa de convencer a França a apoiar a ação militar.
O presidente americano, George W. Bush, telefonou ontem a Vladimir Putin, presidente da Rússia, em busca de apoio. Um comunicado do Kremlin disse que os dois líderes concordaram em cooperar e manter contato sobre o Iraque. Mas Putin destacou que os inspetores possuem um papel crucial "na definição dos próximos passos".
Além de Powell, diplomatas dos outros 14 países do CS poderão se expressar na reunião de hoje na ONU. Embora não seja integrante do Conselho, o embaixador do Iraque, Mohammed al Douri, deve discursar brevemente em defesa de Bagdá.
As expectativas com relação à apresentação de Powell têm gerado comparações com um discurso feito em 1962 pelo então embaixador americano na ONU, Adlai Stevenson. Na ocasião, a URSS havia instalado baterias de mísseis em Cuba, gerando uma crise que levou o mundo à beira de uma guerra nuclear. Moscou se negava a confirmar que enviara armamentos. Stevenson desafiou o embaixador soviético, apresentando fotos aéreas dos mísseis.

Brasil
Em nota sobre o encontro de hoje no CS, o governo brasileiro fez "um apelo para que se encontre uma solução pacífica", pedindo condições para que "os inspetores cumpram plenamente o mandato que receberam do Conselho". O Brasil também pediu cooperação de Bagdá com as inspeções para o seu desarmamento.


Com agências internacionais


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