|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Powell tenta hoje convencer a ONU sobre o Iraque
DA REDAÇÃO
O secretário de Estado dos
EUA, Colin Powell, tenta convencer hoje o Conselho de Segurança
(CS) da ONU de que o Iraque possui armas de destruição em massa, continua enganando os inspetores e merece ser atacado.
Ele deve falar por cerca de uma
hora e meia a chanceleres e embaixadores reunidos no CS, apresentando o que prometeu serem
"provas convincentes".
Segundo assessores, Powell levará entre outras coisas imagens
de satélite de laboratórios móveis
de armas biológicas e fitas com
diálogos entre altos funcionários
do regime de Saddam Hussein.
Espera-se que ele minimize a
importância dos eventuais laços
entre o Iraque e terroristas da Al
Qaeda e concentre suas acusações
sobre a questão das armas não-convencionais. Powell terá de
convencer um público doméstico
e internacional que tem expressado oposição aos planos dos EUA e
do Reino Unido de atacar Bagdá.
Dentro do CS, seu poder de persuasão estará voltado principalmente aos representantes de
França, Rússia e China. Esse três
países -ao lado de americanos e
britânicos- são membros permanentes do CS (com direito a
veto). A única forma de Washington iniciar a guerra com apoio da
ONU seria convencendo-os a autorizar o uso da força. Caso contrário, os EUA se dizem dispostos
a atacar Bagdá unilateralmente.
Moscou, Pequim e, sobretudo,
Paris dizem não haver ainda provas que justifiquem uma ação armada e pedem mais tempo para
que os inspetores de armas da
ONU possam desarmar Saddam.
O Reino Unido, principal aliado
dos EUA, fracassou ontem em sua
tentativa de convencer a França a
apoiar a ação militar.
O presidente americano, George W. Bush, telefonou ontem a
Vladimir Putin, presidente da
Rússia, em busca de apoio. Um
comunicado do Kremlin disse
que os dois líderes concordaram
em cooperar e manter contato sobre o Iraque. Mas Putin destacou
que os inspetores possuem um
papel crucial "na definição dos
próximos passos".
Além de Powell, diplomatas dos
outros 14 países do CS poderão se
expressar na reunião de hoje na
ONU. Embora não seja integrante
do Conselho, o embaixador do
Iraque, Mohammed al Douri, deve discursar brevemente em defesa de Bagdá.
As expectativas com relação à
apresentação de Powell têm gerado comparações com um discurso feito em 1962 pelo então embaixador americano na ONU,
Adlai Stevenson. Na ocasião, a
URSS havia instalado baterias de
mísseis em Cuba, gerando uma
crise que levou o mundo à beira
de uma guerra nuclear. Moscou
se negava a confirmar que enviara
armamentos. Stevenson desafiou
o embaixador soviético, apresentando fotos aéreas dos mísseis.
Brasil
Em nota sobre o encontro de
hoje no CS, o governo brasileiro
fez "um apelo para que se encontre uma solução pacífica", pedindo condições para que "os inspetores cumpram plenamente o
mandato que receberam do Conselho". O Brasil também pediu
cooperação de Bagdá com as inspeções para o seu desarmamento.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Saddam rechaça ligação com Al Qaeda Próximo Texto: Nova York: Dois projetos são finalistas para substituir o World Trade Center Índice
|