UOL


São Paulo, quarta-feira, 05 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BÁLCÃS

Em 3 anos, população decidirá se mantém união ou não

Sérvia e Montenegro põem fim à Iugoslávia e fundam novo país

DA REDAÇÃO

O Parlamento iugoslavo aprovou ontem, em sua última sessão, a Constituição do novo Estado de Sérvia e Montenegro, que substitui a República Federal da Iugoslávia. Esta é um país que, desde ontem, não existe mais.
"Concluímos uma importante tarefa e precisamos de um pouco de tempo para dar alento ao novo Estado", disse o parlamentar Dragoljub Micunovic, enquanto os presentes aplaudiam a aprovação da nova Constituição.
Ela foi aprovada por 84 votos a 31 pela Câmara Baixa do Parlamento. No início da tarde, a Câmara Alta também aprovou o novo texto por ampla maioria. Trata-se da última etapa do processo que pôs fim à Iugoslávia, que teve nove meses de complexas negociações entre dirigentes sérvios e montenegrinos. Elas ocorreram sob a égide da União Européia.
Ambas as Casas do hoje extinto Parlamento iugoslavo se reuniram para proclamar a criação do novo Estado, que, oficialmente, se chama Sérvia e Montenegro.
A Sérvia e Montenegro foram as únicas repúblicas que se mantiveram sob o comando da Iugoslávia após seu sangrento desmembramento, na década de 90, durante o governo de Slobodan Milosevic. Este está sendo julgado pela ONU em Haia, na Holanda, por diversos crimes, incluindo genocídio.
As outras repúblicas eram a Eslovênia, a Croácia, a Bósnia-Herzegovina e a Macedônia. O nome Iugoslávia, que significa "terra dos eslavos do sul" em português, apareceu em 1929, quando o país tinha um regime monárquico.
A Iugoslávia era relativamente estável sob o regime linha-dura de Tito (1945-1980), mas entrou em colapso após sua morte. Conflitos étnicos e independentistas mataram cerca de 250 mil pessoas na região na década passada.
O novo Estado, que tem 10,6 milhões de habitantes (650 mil em Montenegro), terá um Parlamento de 126 cadeiras (91 para os sérvios, 35 para os montenegrinos) e um governo comum. Este terá um presidente e um Conselho Ministros. Porém a Sérvia e Montenegro terão grande autonomia. A diplomacia e a segurança serão comuns, mas cada país terá seu Banco Central próprio.
A maior parte das instituições do novo Estado será herdada da extinta Iugoslava. Em três anos, a Sérvia e Montenegro farão referendos para decidir se mantêm a aliança ou não. Trata-se de uma cláusula concebida para acalmar os independentistas montenegrinos, que defendiam a partilha imediata da Iugoslávia.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Nova York: Dois projetos são finalistas para substituir o World Trade Center
Próximo Texto: ONU: Brasileira comporá tribunal internacional
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.