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BÁLCÃS
Em 3 anos, população decidirá se mantém união ou não
Sérvia e Montenegro põem fim à Iugoslávia e fundam novo país
DA REDAÇÃO
O Parlamento iugoslavo aprovou ontem, em sua última sessão,
a Constituição do novo Estado de
Sérvia e Montenegro, que substitui a República Federal da Iugoslávia. Esta é um país que, desde
ontem, não existe mais.
"Concluímos uma importante
tarefa e precisamos de um pouco
de tempo para dar alento ao novo
Estado", disse o parlamentar Dragoljub Micunovic, enquanto os
presentes aplaudiam a aprovação
da nova Constituição.
Ela foi aprovada por 84 votos a
31 pela Câmara Baixa do Parlamento. No início da tarde, a Câmara Alta também aprovou o novo texto por ampla maioria. Trata-se da última etapa do processo
que pôs fim à Iugoslávia, que teve
nove meses de complexas negociações entre dirigentes sérvios e
montenegrinos. Elas ocorreram
sob a égide da União Européia.
Ambas as Casas do hoje extinto
Parlamento iugoslavo se reuniram para proclamar a criação do
novo Estado, que, oficialmente, se
chama Sérvia e Montenegro.
A Sérvia e Montenegro foram as
únicas repúblicas que se mantiveram sob o comando da Iugoslávia
após seu sangrento desmembramento, na década de 90, durante o
governo de Slobodan Milosevic.
Este está sendo julgado pela ONU
em Haia, na Holanda, por diversos crimes, incluindo genocídio.
As outras repúblicas eram a Eslovênia, a Croácia, a Bósnia-Herzegovina e a Macedônia. O nome
Iugoslávia, que significa "terra
dos eslavos do sul" em português,
apareceu em 1929, quando o país
tinha um regime monárquico.
A Iugoslávia era relativamente
estável sob o regime linha-dura de
Tito (1945-1980), mas entrou em
colapso após sua morte. Conflitos
étnicos e independentistas mataram cerca de 250 mil pessoas na
região na década passada.
O novo Estado, que tem 10,6 milhões de habitantes (650 mil em
Montenegro), terá um Parlamento de 126 cadeiras (91 para os sérvios, 35 para os montenegrinos) e
um governo comum. Este terá um
presidente e um Conselho Ministros. Porém a Sérvia e Montenegro terão grande autonomia. A
diplomacia e a segurança serão
comuns, mas cada país terá seu
Banco Central próprio.
A maior parte das instituições
do novo Estado será herdada da
extinta Iugoslava. Em três anos, a
Sérvia e Montenegro farão referendos para decidir se mantêm a
aliança ou não. Trata-se de uma
cláusula concebida para acalmar
os independentistas montenegrinos, que defendiam a partilha
imediata da Iugoslávia.
Com agências internacionais
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