São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2004

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"Superdelegados" dão esperança a Dean

DE WASHINGTON

Praticamente consolidado seu favoritismo entre os eleitores democratas, o senador John Kerry iniciará uma poderosa campanha nos bastidores do Partido Democrata para atrair os votos dos chamados "superdelegados".
Uma mudança de posição entre os "superdelegados" neste momento a seu favor poderá solapar as chances de qualquer rival no partido antes de 2 de março, quando dez Estados votam na "superterça".
Os "superdelegados" são deputados, senadores, líderes regionais e ex-líderes do partido (como o ex-vice-presidente Al Gore) com direito a votar na Convenção Democrata que, no final de julho, definirá o candidato do partido à Casa Branca. Juntos, representam quase 40% dos 2.162 votos necessários para que um pré-candidato obtenha a indicação do partido.
Mesmo sem ter vencido nenhuma prévia e apesar dos resultados medíocres de anteontem, o pré-candidato Howard Dean, por exemplo, acredita contar com o apoio de 121 "superdelegados".
Somente no Congresso, Dean contabiliza 37 deputados e senadores a seu favor. Normalmente, congressistas têm ascendência sobre o voto de outros líderes regionais. Daí a disposição de Dean de continuar na disputa, apesar de seu fracasso inicial nas prévias.
Uma transferência do apoio dos "superdelegados" de Dean para Kerry poderia encurtar a pré-campanha democrata e acabar com as chances de seus rivais.
A deputada democrata Zoe Lofgren (Califórnia), que apóia Dean, é hoje a figura do partido que mais tem resistido a uma debandada em direção a Kerry. "Não será a mídia quem vai determinar quem tem mais chances. É preciso esperar todo o processo", diz.
Outros partidários de Dean, no entanto, já começam a questionar a demora na definição. ""Qualquer candidato que não souber a hora de deixar a disputa pode prejudicar o partido", afirmou o deputado Rush Holt (Nova Jersey).
Sobre Dean, Holt afirma que gostaria de voltar a vê-lo "no ar". Por falta de recursos, Dean reduziu seus anúncios publicitários na TV nos últimos dias. A propaganda eleitoral nos EUA não é gratuita. (FCz)


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