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Hu demonstra cautela e evita desafios a Jiang
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM PEQUIM
Algumas análises mais pessimistas sobre a sucessão chinesa
destacam a possibilidade de haver
ruído nas relações Jiang Zemin e
Hu Jintao. O timoneiro da "quarta geração de líderes revolucionários", no entanto, demonstrou em
seus primeiros cem dias no poder
que não pretende cultivar conflitos e que aceita dividir a ribalta
com Jiang.
Ao adotar uma linha de cautela,
Hu evidencia o poder que Jiang
ainda concentra e reafirma a reputação de um político "pró-consenso", ávido por evitar confrontos. O novo secretário-geral do
partido foge de fricções também
porque acredita que uma das
prioridades de Pequim é a "manutenção da estabilidade", condição imprescindível para manter a
economia no rumo do crescimento acelerado.
A divisão de tarefas entre Jiang
Zemin e Hu Jintao ganha contornos cada vez mais claros. Enquanto o "patriarca" se dedica prioritariamente a questões de política
externa, o novo secretário-geral
canaliza energias para desafios
domésticos, como corrupção e a
crescente diferença de renda numa sociedade que antes pregava o
igualitarismo.
Hu já celebrizou apelos aos militantes do PC (65 milhões, cerca
de 5% da população) para que
evitem as "tentações do dinheiro
e do poder".
Também ordenou, "em nome
da transparência", que reuniões
da cúpula partidária sejam sempre noticiadas pela imprensa chinesa, que permanece sob férreo
controle governamental.
A divisão de funções entre Jiang
e Hu também se apóia no fato de o
líder emergente carregar escassa
experiência internacional. Viajou
aos EUA pela primeira vez apenas
em 2002.
Nos dez anos entre a sua escolha
por Deng como líder da "quarta
geração" e a chegada ao poder,
Hu se dedicou a construir uma
sólida e vasta base de apoio político na China. Apoiou-se principalmente na Liga da Juventude Comunista, para credenciar-se como representante das "novas gerações".
(JS)
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