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ELEIÇÃO NOS EUA
Presidente é acusado de explorar os ataques do 11 de Setembro
Anúncios de Bush geram protestos
DA REDAÇÃO
A principal iniciativa até agora
da campanha de reeleição do presidente norte-americano, George
W. Bush, apresentou resultados
inesperados para os estrategistas
republicanos. Anúncios exibidos
anteontem nas TVs de cerca de 20
Estados mostrando imagens do 11
de Setembro provocaram uma
onda de protestos de parentes das
vítimas dos ataques terroristas.
Apesar disso, a Casa Branca teve
uma boa notícia com a divulgação
de uma pesquisa que mostra Bush
e o democrata John Kerry em empate técnico, mas que indica que o
ativista Ralph Nader pode mais
uma vez se tornar um fator decisivo na eleição de novembro.
Na ofensiva publicitária lançada
anteontem, os comerciais de Bush
exibem as carcaças carbonizadas
do World Trade Center e bombeiros carregando uma maca coberta
com uma bandeira americana.
"Fiquei nauseada. Você iria ao
túmulo de alguém e o usaria como instrumento de política?",
afirmou Collen Kelly, que perdeu
um irmão nos atentados e dirige
um grupo de parentes das vítimas, Peaceful Tomorrows (amanhãs pacíficos). Ron Willett, que
perdeu um filho nos ataques, se
disse tão irritado que seria capaz
de "votar antes em Saddam Hussein do que em Bush".
A Associação Internacional de
Bombeiros, um sindicato que
reúne profissionais americanos e
canadenses, aprovou uma resolução com um pedido para Bush retirar os anúncios do ar e "se desculpar às famílias dos bombeiros
mortos no 11 de Setembro por
macular as memórias de seus entes queridos numa tentativa de
ganhar suporte para sua reeleição". Embora o sindicato tenha
anunciado seu apoio a Kerry, seu
presidente, Harold Schaitberger,
disse que a organização é politicamente independente e que já
doou dinheiro a republicanos.
Os assessores de Bush defenderam a campanha, que vai gastar
somente nesta semana estimados
US$ 5 milhões para comprar espaço na programação de canais
da TV aberta e por cabo (nos Estados Unidos, os candidatos não
têm direito a horário gratuito nas
emissoras de rádio e televisão).
"O 11 de Setembro mudou a
equação de nossas políticas públicas. Ele mudou o mundo para
sempre. A liderança segura do
presidente é vital para nosso combate ao terrorismo", disse Scott
McClellan, porta-voz da Casa
Branca. Ken Mehlman, diretor da
campanha de Bush, disse que os
ataques são o "momento de definição" da gestão do presidente.
Pesquisas
O primeiro levantamento das
intenções de voto do eleitorado
americano após a virtual definição da candidatura de John Kerry
revelou uma situação mais favorável para o presidente Bush. Na
pesquisa feita pelo instituto Ipsos
para a agência de notícias Associated Press, Bush tem a preferência de 46% dos eleitores, contra
45% para Kerry e 6% para Ralph
Nader. Nas últimas pesquisas,
que não incluíam Nader, Kerry
aparecia na frente. Na eleição de
2000, Nader foi fundamental para
a vitória de Bush: se não tivesse
participado, a maior parte dos
apenas 2,7% dos votos que teve
migraria para Al Gore, o que mudaria o resultado da eleição.
Outra pesquisa encomendada
pela Associated Press ao Ipsos
apontou que a maioria dos habitantes de Alemanha, Canadá, Espanha, França, Itália, México e
Reino Unido tem uma visão desfavorável sobre o papel de Bush
em questões mundiais.
Alemães e franceses têm a pior
avaliação (mais de 80% são contrários a Bush). No Reino Unido,
o principal aliado dos Estados
Unidos, dois terços da população
têm opiniões negativas sobre o
presidente americano. A pesquisa
foi feita entre os dias 12 e 21 de fevereiro e ouviu cerca de mil adultos em cada um dos países.
Com agências internacionais
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