São Paulo, sexta-feira, 05 de março de 2004

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Violência segue apesar de reforços

DA REDAÇÃO

Em meio a corpos deixados nas ruas como resultado da violência que varreu o Haiti nas últimas semanas e lotou necrotérios, fuzileiros navais americanos começaram a patrulhar as ruas da capital do país, Porto Príncipe, usando fuzis e veículos blindados leves.
Os cerca de 1.100 marines, que levaram para o país 800 toneladas de equipamentos e mantimentos, não encontraram resistência, embora tenham sido recebidos com hostilidade em algumas regiões.
França, Chile e Canadá também prometeram reforços -os primeiros 50 franceses, 120 chilenos e 50 canadenses já chegaram.
Mas, apesar da presença internacional e da promessa do líder rebelde Guy Philippe de desarmar seus homens, a violência segue.
Em Gressier, a 10 km da capital, os corpos de quatro homens jaziam numa rua, todos com marcas de tiro na cabeça e as mãos amarradas nas costas, um sinal de que eles foram executados.
Em Petit-Goave, a sudoeste de Porto Príncipe, os moradores descreveram ontem como foi morto um acusado de matar opositores ao ex-presidente Jean-Bertrand Aristide: identificado como "Roro", o homem foi levado ao necrotério da cidade para que visse os corpos de suas supostas vítimas, depois arrastado para a rua, atado a pneus e queimado vivo.
As barricadas montadas em torno da capital foram desfeitas, mas a comida ainda é escassa. Os saques também continuam. Na quinta-feira, maços de notas de US$ 100, num total de US$ 350 mil, foram achados e levados do cofre de uma mansão do ex-presidente invadida por opositores.
Ontem Aristide, que se refugiou na República Centro-Africana, disse a um assessor que quer voltar ao país, pois se viu "forçado a deixá-lo para evitar um banho de sangue". Ele, que já havia acusado os EUA, culpou a França por ter colaborado com o que chamou de seu "seqüestro político". Uma transcrição da conversa telefônica foi obtida pela agência de notícias France Presse.


Com agências internacionais

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