|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Violência segue apesar de reforços
DA REDAÇÃO
Em meio a corpos deixados nas
ruas como resultado da violência
que varreu o Haiti nas últimas semanas e lotou necrotérios, fuzileiros navais americanos começaram a patrulhar as ruas da capital
do país, Porto Príncipe, usando
fuzis e veículos blindados leves.
Os cerca de 1.100 marines, que
levaram para o país 800 toneladas
de equipamentos e mantimentos,
não encontraram resistência, embora tenham sido recebidos com
hostilidade em algumas regiões.
França, Chile e Canadá também
prometeram reforços -os primeiros 50 franceses, 120 chilenos
e 50 canadenses já chegaram.
Mas, apesar da presença internacional e da promessa do líder
rebelde Guy Philippe de desarmar
seus homens, a violência segue.
Em Gressier, a 10 km da capital,
os corpos de quatro homens jaziam numa rua, todos com marcas de tiro na cabeça e as mãos
amarradas nas costas, um sinal de
que eles foram executados.
Em Petit-Goave, a sudoeste de
Porto Príncipe, os moradores
descreveram ontem como foi
morto um acusado de matar opositores ao ex-presidente Jean-Bertrand Aristide: identificado como
"Roro", o homem foi levado ao
necrotério da cidade para que visse os corpos de suas supostas vítimas, depois arrastado para a rua,
atado a pneus e queimado vivo.
As barricadas montadas em torno da capital foram desfeitas, mas
a comida ainda é escassa. Os saques também continuam. Na
quinta-feira, maços de notas de
US$ 100, num total de US$ 350
mil, foram achados e levados do
cofre de uma mansão do ex-presidente invadida por opositores.
Ontem Aristide, que se refugiou
na República Centro-Africana,
disse a um assessor que quer voltar ao país, pois se viu "forçado a
deixá-lo para evitar um banho de
sangue". Ele, que já havia acusado
os EUA, culpou a França por ter
colaborado com o que chamou de
seu "seqüestro político". Uma
transcrição da conversa telefônica
foi obtida pela agência de notícias
France Presse.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Crise no Caribe: Brasil poderá comandar força de paz no Haiti Próximo Texto: Milagre tecnológico: Igreja Anglicana cria "paróquia virtual" e busca "web-reverendo" Índice
|