São Paulo, sábado, 05 de março de 2005

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Brasil pede respeito à resolução que não votou

Associated Press
Soldado sírio guarda posição em colina perto do vilarejo de Falogha, a leste de Beirute e a meio caminho da fronteira com a Síria


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil se posicionou ontem de forma genérica a respeito da iminente retirada das tropas sírias do Líbano, ação que domina a atenção internacional. O Itamaraty se restringiu a dizer que deve ser respeitada a resolução do Conselho de Segurança da ONU de setembro de 2004 que determina a retirada imediata das tropas e o desmantelamento de milícias organizadas por Damasco.
A afirmação é ambígua. O Brasil se absteve nessa votação. Hoje sustenta que havia imperfeições no texto.
Na época, o embaixador brasileiro, Ronaldo Sardenberg, justificou a posição de forma mais objetiva: a presença de tropas sírias era assunto interno do Líbano e não estava caracterizada ameaça à paz ou à segurança do resto do mundo.
Às vésperas de sediar a cúpula entre o Mercosul e países árabes, o Brasil tem dispensado atenção especial à Síria.
Foi o primeiro país visitado no giro árabe de Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro de 2003. Do encontro com o ditador Bashar al Assad, saiu a declaração oficial na qual o Brasil reconhece o "papel essencial da Síria na paz e na estabilidade da região".
Hoje, Al Assad é tratado como interlocutor estratégico -Lula telefonou pessoalmente para pedir ajuda no caso do engenheiro brasileiro João José de Vasconcellos Jr., seqüestrado no Iraque.
O embaixador sírio em Brasília, Ali Diab, não poupa elogios ao aceno estratégico que o Brasil tem feito. Em sua opinião, a pressão pela retirada das tropas no Líbano está ligada a uma tentativa de enfraquecimento da Síria, fator de interesse dos Estados Unidos.


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