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São Paulo, sábado, 05 de abril de 2003

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AÇÃO MILITAR

Coalizão desloca soldados para proteger aérea, enquanto repara pistas de pouso

EUA preparam uso de aeroporto

DA REDAÇÃO

Os EUA anunciaram ontem, depois da tomada do aeroporto de Bagdá, que centenas de soldados reforçariam suas posições no local. A despeito da linha de artilharia estabelecida pelos iraquianos em pontos próximos ao aeroporto e da ameaça de ataque ""não convencional", que poderia incluir suicidas, os americanos começaram a recuperação das pistas que poderiam servir para desembarque de mais soldados.
Membros da 101ª Divisão Aerotransportada, que combatia no centro do país, e unidades de engenharia do 94º Batalhão (que se encarregariam dos reparos de instalações e pistas), deveriam começar a chegar ontem à área do aeroporto, somando-se aos cerca de 1.500 americanos já instalados.
Ainda pela manhã combates eram travados dentro do aeroporto -invadido anteontem por membros da 3ª Divisão de Infantaria do Exército dos EUA. Pelo menos 20 tanques iraquianos, segundo relato de um correspondente da CNN, permaneciam posicionados no perímetro do aeroporto. Disparos de artilharia de ambas as partes se estenderam ao longo do dia, afirmou o enviado. A CNN exibia imagens de veículos blindados destruídos, supostamente iraquianos, e uma série de cadávares de soldados, em uma via de acesso ao aeroporto.
Anteontem, no que seria um preparativo para a invasão, tropas norte-americanas bombardearam alvos no vilarejo de Furat, nas cercanias do aeroporto. Segundo os iraquianos, 83 pessoas (entre civis e militares) teriam morrido e outras 120 ficado feridas. Até o fechamento desta edição, o governo iraquiano não havia anunciado uma nova estimativa de números de mortos.
De acordo com o coronel Will Grimsley, comandante de uma das brigadas que participou da tomada, os americanos fizeram 40 prisioneiros nos combates. Os EUA sustentaram não haver perdido nenhum soldado. No entanto, segundo militares citados pela Reuters e pela Associated Press, dois norte-americanos teriam morrido e outros ficaram feridos.
Um jornalista da agência France Presse disse ter contado dez corpos de soldados iraquianos em trincheiras ao longo da avenida Al Shuhada, que leva ao aeroportol. Na pista do agora rebatizado Aeroporto Internacional de Bagdá, a CNN exibia os restos do que seria um Boeing 727 ou um Antonov da companhia aérea iraquiana. Outros cinco aviões permaneciam próximos aos hangares.
O comando da campanha militar, no Qatar, anunciou que foram encontrados túneis que sairiam do aeroporto -mas não esclareceram a que regiões ou prédios em Bagdá estariam ligados.
Mohammed Said Al Sahaf, o ministro da Informação iraquiana, disse em pronunciamento na TV que as tropas norte-americanas estavam em "uma ilha isoldada (o aeroporto)". E fez ameaça de que, se não se rendessem, os americanos não sobreviveriam a um "ataque não-convencional". O governo iraquiano informou que seus militares teriam destruído 11 tanques e outros oito veículos dos EUA nos combates.
Segundo a Reuters, centenas de civis abandonavam ontem as áreas ao redor do aeroporto. "Foi uma noite no inferno. Aviões jogaram bombas durante toda a norte", disse uma iraquiana que morava na região do aeroporto.
O porta-voz do comando militar dos EUA, Vincent Brooks, disse que a tomada do aeroporto significava a "ruptura do anel de proteção a Bagdá".

Reconstrução
Bombas despejadas pelos norte-americanos sobre pistas do aeroporto abriram uma série de crateras, disse a CNN. Mas de acordo com o coronel Thomas P. Smith, comadante da brigada de engenharia, o aerporto estará pronto para ser usado em poucos dias.
"Esse era nosso próposito, minimizar os danos à infra-estrutura", afirmou Smith.


Com agências internacionais


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