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Morre primeiro correspondente "embutido" em tropas americanas
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
Michael Kelly, 46, tornou-se o
primeiro jornalista "embutido"
na cobertura montada pelo Pentágono a morrer na guerra.
Colunista do jornal "Washington Post" e editor da revista
"Atlantic Monthly", Kelly é também o primeiro jornalista americano morto no Iraque, o quarto
desde o início do conflito.
O número já é igual ao da primeira Guerra do Golfo, em 1991.
Antes de Kelly, morreram um câmera australiano, um câmera da
rede BBC e um repórter de uma
televisão britânica. Há ainda dois
jornalistas desaparecidos.
Nenhum deles, porém, fazia
parte do programa, inédito, criado pelo Departamento de Defesa
dos EUA para agrupar jornalistas
às tropas e navios que participam
da guerra. Há cerca de 600 profissionais cobrindo o conflito como
participantes de agrupamentos
das forças americanas.
Kelly, que estava com a Terceira
Divisão da Infantaria do Exército
americano, morreu anteontem à
noite em um acidente com o jipe
em que estava -um soldado
americano também morreu junto
com Kelly, segundo divulgou o
Departamento de Defesa dos
EUA, que não forneceu mais detalhes sobre o episódio. Militares
americanos afirmaram acreditar
que se tratou mesmo de um acidente e que não houve combate.
Kelly havia trabalhado na primeira Guerra do Golfo. Em entrevista à rede ABC, no mês passado,
ele disse que não via grande
ameaça em estar no Iraque. "Há
algum perigo, mas você está rodeado por um Exército, literalmente, que vai fazer o possível para mantê-lo fora de perigo".
O presidente George W. Bush
disse lamentar a morte de Kelly.
David Bradley, dono da Atlantic
Monthly, afirmou que a revista
"teve 145 anos de momentos bons
e ruins, mas nenhum deles mais
triste que o de agora".
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