|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Paris, Berlim e Moscou querem ONU no Iraque
DA REUTERS
A França, a Alemanha e a Rússia -principais opositores à
guerra contra o Iraque liderada
pelos EUA- disseram ontem
que a ONU terá de desempenhar
um papel-chave na reconstrução
do país, pois só a organização tem
autoridade legítima para isso.
O ministro das Relações Exteriores francês, Dominique de Villepin, falando em Paris após uma
reunião com os chanceleres da
Alemanha e da Rússia, Joschka
Fischer e Igor Ivanov, afirmou
que forças americanas e britânicas deveriam ter um papel importante na garantia da segurança no
Iraque, mas nada além disso.
"Na fase de garantir a segurança, a responsabilidade principal é
das forças da coalizão", disse.
"Depois disso, a ONU deve desempenhar um papel central na
resolução da crise iraquiana."
Fischer e Ivanov fizeram declarações semelhantes. A Itália e a
Bélgica fizeram o mesmo mais
tarde, em uma demonstração de
unidade entre a União Européia
(UE) e países-membros da Otan
(aliança militar ocidental), que,
anteontem, pressionaram o secretário de Estado dos EUA, Colin
Powell, para dar à ONU um papel-chave no Iraque pós-guerra.
A Bélgica pediu à UE que declarasse que a ONU terá um papel
fundamental a desempenhar na
reconstrução política e econômica do Iraque. E a Itália, um dos
mais firmes aliados de Washington no pré-guerra, afirmou que a
ONU e a Europa seriam cruciais
para reconstruir o Iraque.
Mas os EUA voltaram ontem a
descartar a possibilidade de abrir
mão do controle do Iraque no
pós-guerra. "É natural esperar
que, depois de ter libertado o Iraque e dado vidas e sangue para isso, as forças da coalizão desempenhem o papel principal. Acho que
ninguém ficaria surpreso com isso", disse a assessora para assuntos de segurança nacional do presidente George W. Bush, Condoleezza Rice.
Villepin encontrou-se ontem
também com o papa João Paulo
2º. Após a audiência, o pontífice
disse que a comunidade internacional devia "ajudar os iraquianos
a serem eles próprios o principal
motor da reconstrução".
Texto Anterior: Câmara dos EUA veta 4 países no pós-guerra Próximo Texto: Kuait abriga governo pós-Saddam Índice
|