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São Paulo, sábado, 05 de abril de 2003

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Paris, Berlim e Moscou querem ONU no Iraque

DA REUTERS

A França, a Alemanha e a Rússia -principais opositores à guerra contra o Iraque liderada pelos EUA- disseram ontem que a ONU terá de desempenhar um papel-chave na reconstrução do país, pois só a organização tem autoridade legítima para isso.
O ministro das Relações Exteriores francês, Dominique de Villepin, falando em Paris após uma reunião com os chanceleres da Alemanha e da Rússia, Joschka Fischer e Igor Ivanov, afirmou que forças americanas e britânicas deveriam ter um papel importante na garantia da segurança no Iraque, mas nada além disso.
"Na fase de garantir a segurança, a responsabilidade principal é das forças da coalizão", disse. "Depois disso, a ONU deve desempenhar um papel central na resolução da crise iraquiana."
Fischer e Ivanov fizeram declarações semelhantes. A Itália e a Bélgica fizeram o mesmo mais tarde, em uma demonstração de unidade entre a União Européia (UE) e países-membros da Otan (aliança militar ocidental), que, anteontem, pressionaram o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, para dar à ONU um papel-chave no Iraque pós-guerra.
A Bélgica pediu à UE que declarasse que a ONU terá um papel fundamental a desempenhar na reconstrução política e econômica do Iraque. E a Itália, um dos mais firmes aliados de Washington no pré-guerra, afirmou que a ONU e a Europa seriam cruciais para reconstruir o Iraque.
Mas os EUA voltaram ontem a descartar a possibilidade de abrir mão do controle do Iraque no pós-guerra. "É natural esperar que, depois de ter libertado o Iraque e dado vidas e sangue para isso, as forças da coalizão desempenhem o papel principal. Acho que ninguém ficaria surpreso com isso", disse a assessora para assuntos de segurança nacional do presidente George W. Bush, Condoleezza Rice.
Villepin encontrou-se ontem também com o papa João Paulo 2º. Após a audiência, o pontífice disse que a comunidade internacional devia "ajudar os iraquianos a serem eles próprios o principal motor da reconstrução".


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