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São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2003

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ORIENTE MÉDIO

Hamas e Jihad Islâmico dizem que não se desarmarão, mas admitem discutir questão com o premiê Abu Mazen

Terroristas prometem manter a Intifada

Pier Paolo Cito/Associated Press
Colonos judeus protestam em Jerusalém contra desativação de colônias anunciada por Sharon


DA REDAÇÃO

Os grupos terroristas palestinos Hamas e Jihad Islâmico disseram ontem que não se desarmarão, desafiando o pedido feito pelo premiê Abu Mazen em Ácaba.
O fim dos ataques palestinos contra israelenses é um dos requisitos para a implementação do plano de paz discutido ontem por Mazen com o premiê de Israel, Ariel Sharon, e o presidente dos EUA, George W. Bush.
"Nunca estaremos prontos para depor as armas até a libertação do último centímetro da terra da Palestina", afirmou o líder do Hamas Abdel Aziz al Rantissi.
"Ele (Abu Mazen) falou sobre parar a resistência e coletar armas como se fôssemos um Estado, não uma terra sob ocupação", disse Abdallah al Shami, líder do Jihad.
Os grupos extremistas estão sob pressão de Mazen para interromper os ataques terroristas.
"A Intifada armada deve terminar, e nós precisamos recorrer a meios pacíficos para alcançar nossos objetivos", afirmou Mazen durante a cúpula em Ácaba.
Apesar das declarações de ontem, tanto o Hamas quanto o Jihad Islâmico não descartam negociações com Mazen e indicam que podem mudar de posição.
"Necessitamos mais tempo. Creio que nos próximos dias nós do Hamas decidiremos nosso objetivo e então nos reuniremos com Mazen", disse Rantissi.
Mas ambos os grupos dizem que um cessar-fogo só viria após a retirada de Israel da Cisjordânia e da faixa de Gaza, territórios capturados na guerra árabe-israelense de 1967. Os grupos, que se opuseram aos acordos de Oslo, em 1993, consideram Israel também como terra palestina.
As Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, grupo ligado ao Fatah, facção política do líder palestino Iasser Arafat, não se manifestaram ontem. Anteriormente, o grupo já havia rechaçado o novo plano.
Uma possível ofensiva agora da Autoridade Nacional Palestina contra os terroristas é vista como improvável, por minar o apoio a Mazen e pelo temor de uma guerra civil. Apesar disso, o apoio ao processo de paz é majoritário entre os palestinos, cujas cidades se transformaram em verdadeiras prisões por causa da dura reação israelense ao terrorismo. Desde o início do levante, a renda nos territórios palestinos caiu 40%.
Arafat, afastado das negociações por exigência de Israel e EUA, não se pronunciou ontem. Segundo um assessor, ele disse aos delegados palestinos em Ácaba que "o elemento mais importante é o compromisso pessoal do presidente Bush para a aplicação integral" do novo plano de paz.

Com agências internacionais


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