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GUERRA SEM LIMITES
Em teste realizado em junho, agentes à paisana conseguiram embarcar com armas 41% das vezes
Aeroporto é um dos menos seguros dos EUA
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Em teste realizado em junho pela Administração de Segurança
dos Transportes (TSA), agência
federal americana que cuida do
setor, o Aeroporto Internacional
de Los Angeles, também conhecido como LAX, estava entre os de
vigilância mais relapsa dos EUA.
Na ocasião, o órgão mandou
para os 32 maiores aeroportos do
país agentes à paisana com facas,
estiletes como os usados em 11 de
setembro e réplicas de armas e de
bombas em suas bagagens. A missão era passar despercebido pelas
barreiras de raios x na entrada das
salas de embarque e pelas revistas
realizadas nos locais.
De cada quatro armas, apenas
uma foi detectada pelos funcionários que operavam as máquinas.
Um resultado pior foi alcançado
quando o objeto em questão eram
as imitações de artefatos usados
em atentados terroristas: 70% das
"bombas" passaram ilesas, mesmo índice das facas.
Dos 32 aeroportos avaliados, o
LAX ficou entre os últimos colocados, com 41% de falhas. Entre
os de desempenho satisfatório,
com perto de 90% de acertos, estavam Miami, Newark, Fort Lauderdale e Honolulu. O mais rigoroso foi o de Connecticut. Três deles -Cincinnati, Las Vegas e
Jacksonville, na Flórida- falharam pelo menos 50% das vezes.
Os artifícios usados pelos agentes para esconderem seus objetos
eram os mais prosaicos possíveis.
Assim, muitas vezes, mesmo
quando uma mala era aberta para
revista, uma pistola guardada
dentro de um par de meias enrolado passava sem que ninguém se
incomodasse em checar.
Mesmo depois de achado o objeto, os agentes continuavam sua
avaliação, observando se o funcionário responsável pela revista
deixava o artigo ao alcance das
mãos do suspeito ou o isolava em
algum lugar, como mandam as
regras federais. Houve falha aqui
também.
Nos EUA, passageiros podem
viajar com armas de fogo na bagagem despachada, desde que estejam descarregadas e sejam apresentadas no balcão da companhia
aérea na hora do check in, mas
não na bagagem de mão.
O resultado calou fundo no governo federal, que havia tirado
das empresas aéreas a responsabilidade pelas revistas nos aeroportos em fevereiro.
"Os números preliminares são
inaceitáveis e refletem as falhas
herdadas pelo governo federal no
sistema de segurança", afirmou
Leonardo Alcivar, do Departamento de Transportes dos EUA.
"É exatamente por casos como
esse que continuamos fazendo o
teste", disse a porta-voz da TSA,
Mari Eder.
A intenção da agência não era
causar pânico, mas determinar
padrões para treinamento dos 45
mil novos funcionários, cuja contratação foi autorizada pelo Congresso dos EUA como parte do
pacote de medidas antiterror
aprovado pelos legisladores depois de 11 de setembro.
Outra das medidas aprovadas
determina que até novembro o
TSA deve fazer todas as revistas
com funcionários próprios.
Atualmente, são empresas contratadas pelas companhias aéreas
que fazem isso, sendo apenas supervisionadas pela agência.
Para tanto, uma verba extraordinária de US$ 760 milhões foi
aprovada pelo presidente George
W. Bush, dos quais US$ 250 milhões já foram disponibilizados.
O Departamento de Transportes conduziu seus próprios testes
com agentes à paisana em 32 aeroportos após os atentados de 11
de setembro nos EUA.
Segundo o estudo, o índice de
falha dos funcionários responsáveis pela revista de passageiros e
bagagens foi de 70% no caso de
facas, 60% no caso de explosivos
falsos e 30% no caso de armas de
fogo. Os testes foram conduzidos
antes de fevereiro, quando as
companhias aéreas ainda eram
responsáveis pelas revistas.
Com agências internacionais
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