|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IRAQUE SOB TUTELA
Porta-voz do premiê Allawi afirma que perdão não se estenderá aos acusados de cometer assassinato
Governo interino vai oferecer anistia a insurgentes
DA REDAÇÃO
O governo interino do Iraque
deve anunciar hoje uma anistia
parcial para insurgentes que combatem as forças da coalizão liderada pelos EUA. A informação,
transmitida pela rede de TV CNN,
foi atribuída a um porta-voz do
premiê Iyad Allawi.
Segundo o porta-voz George
Sada, a anistia não irá contemplar
os rebeldes "radicais", incluindo
aqueles acusados de cometer assassinatos. Sada disse que somente os rebeldes que foram "manipulados" pelos líderes da insurgência poderão se beneficiar.
Ainda não se sabe se o perdão
governamental valerá para os
membros do Exército Mehdi, a
milícia do clérigo radical xiita
Moqtada al Sadr, que combate as
tropas da coalizão liderada pelos
EUA em Najaf, Karbala e outras
cidades do sul do Iraque.
Em entrevista ontem à rede de
TV ABC, Allawi afirmou ter se encontrado com uma delegação de
Al Sadr "que queria negociar".
Porém, também ontem, Al Sadr
disse que resistirá à "ocupação e
opressão" e qualificou o governo
interino de "ilegítimo".
A declaração de Al Sadr foi feita
em um comunicado distribuído
por seu escritório de Najaf. "Prometemos ao povo iraquiano e ao
mundo continuar resistindo até
nossa última gota de sangue. A resistência é um direito legítimo e
não um crime a ser punido", disse. Há quase um mês, ele havia se
manifestado na direção oposta,
dizendo que estava pronto para
dialogar com o novo governo.
Mensagem divulgada ontem na
internet e atribuída ao Exército de
Ansar al Sunna nega que o grupo
extremista tenha degolado o marine americano Wassef Ali Hassoun, de origem libanesa. A morte
do soldado havia sido anunciada
anteontem em dois sites.
"A declaração feita não tem base na verdade", afirma o suposto
comunicado do grupo. No entanto a mesma nota declara que matar "tal imundície aproxima as
pessoas de Deus". Segundo a
agência de notícias Reuters, não
houve meios de confirmar qual
das declarações seria autêntica. O
comando militar norte-americano, o Ministério das Relações Exteriores do Líbano e a família de
Hassoun disseram não ter provas
de que ele tenha sido morto.
O Irã anunciou que pretende tomar parte no julgamento de Saddam Hussein. O país irá apresentar uma acusação contra o ex-ditador pela invasão de seu território em 1980, dando início à Guerra Irã-Iraque, e por ter usado armas químicas contra iranianos
durante o conflito que se prolongou por oito anos.
O porta-voz da chancelaria iraniana, Hamid Reza Asefi, disse
que Teerã vai enviar documentos
à Corte encarregada do julgamento. "Preparamos uma queixa e o
Irã definitivamente irá registrá-la
no tribunal iraquiano. Acreditamos que a corte tem de investigar
os crimes de Saddam de maneira
aberta e transparente", disse.
Autoridades iraquianas informaram que sabotadores explodiram ontem um oleoduto estratégico que liga campos petrolíferos
do norte aos do sul. Bombeiros e
policiais de pelo menos três cidades estavam trabalhando para
apagar o fogo perto de Musayyib
(80 km a sudoeste de Bagdá).
Nas últimas semanas, houve
ataques a diversos oleodutos da
região. A maior parte dessas tubulações atingidas pertencia a linhas que se comunicavam com
uma refinaria da capital. As informações divulgadas não esclarecem se o oleoduto explodido serviria à exportação de petróleo.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Iraque coloca política externa no centro da disputa Próximo Texto: Ásia: Indonésia realiza sua primeira eleição direta Índice
|