São Paulo, Quinta-feira, 05 de Agosto de 1999
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ALIANÇA
Coalizão de 8 partidos quer lançar nome único à Presidência
Oposição mexicana se une para tentar tirar o PRI do poder

das agências internacionais

Oito partidos de oposição do México formaram uma aliança na noite de anteontem na tentativa de acabar com o monopólio do atual PRI (Partido Revolucionário Institucional), que está no governo desde 1929.
Eles pretendem formular um programa comum de governo e apontar um único candidato para as eleições presidenciais de 2000 contra o governo do PRI .
A Aliança pelo México é uma empreitada inédita da oposição mexicana e só foi possível depois que o conservador PAN (Partido da Ação Nacional) decidiu aderir ao resto do grupo na última sexta-feira.
"A integração dos partidos para participar das eleições tem que superar numerosos obstáculos políticos, legais e de organização de cada um deles, mantendo fielmente suas posições ideológicas", afirma nota divulgada pelos líderes da aliança.

Negociação
A negociação de uma plataforma de governo em que todos os partidos estejam de acordo não deverá ser fácil porque a aliança reúne partidos conservadores, como o PAN, e partidos mais à esquerda, como o PRD (Partido da Revolução Democrática), que divergem profundamente sobre como abordar as políticas econômica e social.
Além disso, os partidos também enfrentam oposição interna contra a aliança. Membros de vários grupos já se manifestaram publicamente criticando a aliança. Por fim, os partidos também divergem sobre qual deve ser o método de seleção do candidato à Presidência.
Uma das propostas já feitas pela Comissão Negociadora para que a formulação de um programa de governo comum seja possível é a que sugere que alguns pontos polêmicos em que a divergência dos partidos é notória, como educação, aborto e privatizações, fiquem de fora do programa.
No último domingo, o líder do partido do governo, o PRI, José Antonio Gonzalez Fernandez, fez com que seus pré-candidatos apertassem as mãos em um programa de TV. Foi uma tentativa de acabar com comentários negativos sobre os rachas no partido após discussões públicas de pré-candidatos à Presidência.
Os presidentes mexicanos, que têm sido membros do PRI há 70 anos, costumam indicar os sucessores. Mas nas próximas eleições o presidente Ernesto Zedillo rejeitou seguir a prática de indicar candidatos em nome da "abertura do país para a democracia".



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