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PESQUISA
Populações desaprovam política externa de Bush e métodos americanos; já maioria nos EUA quer o fortalecimento da UE
Apoio aos EUA despenca entre europeus
DA REDAÇÃO
A Guerra do Iraque, liderada
pelos Estados Unidos, provocou
uma das mudanças mais radicais
nas relações entre americanos e
europeus desde o fim da Segunda
Guerra (1945), aponta pesquisa
divulgada ontem. Entre outras
conclusões, os números revelam
que o apoio aos EUA despencou
na Europa, embora a maioria dos
americanos queira o fortalecimento da União Européia (UE).
Realizado pelo instituto americano German Marshall Fund, o
levantamento mostra que 77%
dos americanos -em diversos
momentos criticados por posições isolacionistas- querem que
o seu país assuma um papel ativo
em assuntos globais. Segundo o
instituto, "é o nível de apoio mais
alto desde a primeira pesquisa sobre o assunto, em 1947".
Apesar disso, caiu o número de
americanos que querem que os
EUA continuem sendo a única superpotência: 47% disseram ter essa opinião, contra 52% que deram
essa resposta no ano passado.
Intitulada "Tendências Transatlânticas 2003", a pesquisa foi realizada em junho em oito países
(França, Alemanha, Reino Unido,
Itália, Polônia, Holanda, Portugal
e EUA) e ouviu 8.000 pessoas
Dos países europeus pesquisados, apenas os poloneses (58%)
aprovaram a política externa do
presidente George W. Bush.
William Drozdiak, diretor do
Centro Transatlântico, em Bruxelas (Bélgica), disse que a pesquisa
mensurou o tamanho do dano
causado pela crise iraquiana.
"O que mais chama a atenção é
a acentuada queda do apoio europeu à liderança global americana
-de 65% para 44%-, enquanto
aumentou o número de americanos que quer uma União Européia mais fortalecida", disse ele à
agência de notícias Reuters.
Segundo a pesquisa, americanos e europeus consideram o unilateralismo dos EUA um problema e desejam fortalecer a ONU.
Fins e meios
A pesquisa mostra que, dada as
atuais dificuldades dos EUA no
pós-guerra no Iraque, a maioria
dos americanos quer que a UE se
torne uma superpotência capaz
de dividir os custos e os riscos de
enfrentar os problemas globais.
A maioria dos europeus também quer que a UE se torne uma
superpotência como os EUA,
com o objetivo de cooperar, e não
competir, com Washington.
As divergências aparecem no
"modus operandi". Embora os
dois lados do Atlântico concordem que o terrorismo e a proliferação de armas de destruição em
massa sejam as principais ameaças à segurança internacional, os
americanos têm uma predisposição maior ao uso da força contra
países como a Coréia do Norte.
Ambos também defendem
pressionar Israel para pôr fim à
ocupação na faixa de Gaza e na
Cisjordânia, mas os americanos
são muito mais propensos do que
os europeus a pressionar os palestinos e os países árabes para acabar com os ataques suicidas.
Com agências internacionais e "Financial
Times"
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