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Brasil pode assumir
papel mais ativo
da Sucursal de Brasília
O governo brasileiro afirma estar pronto para ter um papel mais
ativo na busca de uma solução diplomática para o drama vivido
por Angola.
Isso talvez seja necessário, já
que outro país com natural vocação para conciliar os lados em
confronto em Angola, a África do
Sul, parece relutante em o fazer.
Diplomatas brasileiros têm se
empenhado na tarefa de persuadir o governo de Angola a permitir que a ONU possa reinstalar seu
escritório regional em Luanda.
Seria o primeiro passo para que a
organização voltasse a atuar em
busca da paz naquele país.
No mês passado, a ministra do
Planejamento de Angola, Ana
Dias, e o presidente do conselho
de ministros angolano estiveram
em Brasília. Vieram pedir ajuda
alimentar. Ganharam a promessa
de 20 mil toneladas de milho, o
que não é muito para as necessidades angolanas.
Mas ouviram, também, de todas as autoridades brasileiras
com quem se reuniram, inclusive
o presidente Fernando Henrique
Cardoso, argumentos sobre a necessidade de fazer diplomacia,
ainda que seja com o objetivo de
ganhar a guerra.
Em parte, o recente destaque
dado aos problemas de Angola na
mídia internacional tem a ver
com a estratégia do governo brasileiro para aquele país. O Brasil
aproveitou o fato de a presidência
do Conselho de Segurança da
ONU em agosto ter cabido à Namíbia, tradicional aliado de Angola, para convencê-la a tornar o
fórum uma caixa de ressonância
mundial para a crise angolana.
Além disso, o atual responsável
pelos programas humanitários da
ONU é um brasileiro, Sérgio Vieira de Mello, que vem sublinhando
a necessidade de ajudar Angola.
O Brasil tem muitos interesses
materiais naquele país, onde pelo
menos duas empresas -Odebrecht e Petrobras- investiram
muito nos últimos 20 anos.
Na semana passada, o presidente da Petrobras e o ministro das
Minas e Energia estiveram em
Luanda para renovar contatos e
compromissos; eles também disseram às autoridades que é importante buscar saídas diplomáticas para o impasse.
(CELS)
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