São Paulo, Terça-feira, 05 de Outubro de 1999
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Líder rejeita desarmar guerrilha
France Presse
Guerrilheiro pró-independência patrulha rua da cidade de Bobanaro, no oeste de Timor Leste


das agências internacionais

O líder independentista timorense Alexandre Xanana Gusmão rejeitou ontem pedido do comando da força internacional de paz da ONU para que a guerrilha entregue as armas.
"As Falintil (Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor Leste) não concordarão em se desarmar. Nós nunca estivemos envolvidos em atos de terrorismo", afirmou, em Portugal, onde encerrou visita de quatro dias.
Gusmão, visto como provável primeiro presidente de Timor Leste, é o supremo comandante dos guerrilheiros. Ele alertou a Interfet para não tentar negociar diretamente com os guerrilheiros.
"Se a Interfet quer negociar, eles devem negociar comigo", disse.
Ele afirmou que quer se encontrar com representantes da força da ONU para discutir o papel das Falintil. Gusmão propôs que as negociações se realizem a bordo da fragata portuguesa Vasco da Gama, que está perto de Timor.
Para Gusmão, os guerrilheiros podem converter-se em um embrião das novas forças de segurança em Timor Leste.
Segundo ele, a guerrilha ganhou o direito de ser tratada como um "exército de libertação e não como um bando de bandidos".
No domingo, um pelotão da Interfet tentou desarmar, sem sucesso, guerrilheiros. Para evitar conflito, a força da ONU permitiu que ficassem com as armas, mas o comandante da Interfet, general Peter Cosgrove, afirmou que iria pressionar pelo desarmamento.


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