São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2004

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4 militares dos EUA são acusados de assassinato

DA REUTERS

As Forças Armadas americanas acusaram quatro militares do país de assassinato no caso de um general iraquiano que morreu sufocado depois de ter sua cabeça colocada à força num saco de dormir e de ser alvo de abusos físicos durante um interrogatório ocorrido no Iraque em novembro, segundo informação divulgada ontem pelo Exército dos EUA.
O general iraquiano Abid Hamed Mowhoush, importante comandante das defesas antiaéreas do ex-ditador Saddam Hussein, morreu, em 26 de novembro passado, de "asfixia por conta de compressão peitoral". Ele estava sob custódia das forças americanas em Al Qaim, perto da fronteira com a Síria, de acordo com atestado de óbito divulgado pelo Exército dos EUA em maio.
As acusações são as últimas de uma série de denúncias feitas contra militares americanos por causa de supostos abusos cometidos contra prisioneiros no Iraque e no Afeganistão.
A acusação de assassinato pode ser punida com prisão perpétua sem direito à liberdade condicional, de acordo com declaração oficial divulgada pelo Exército.
Inicialmente, as Forças Armadas dos EUA afirmaram que o general tinha morrido de causas naturais. Após a divulgação de fotos de tortura de detidos na prisão de Abu Ghraib, perto de Bagdá, porém, o Exército mudou a versão original sobre a morte do general.
Segundo um resumo das acusações feitas contra os quatro militares, Mowhoush foi sufocado com o auxílio de um saco de dormir e de fios de eletricidade. Um soldado teria sentado em seu peito quando ele estava amarrado e tinha o saco de dormir em sua cabeça. Ele ficou preso duas semanas antes de morrer.
O relatório inicial dizia que o general tinha passado mal e morrido de causas naturais, segundo um cirurgião militar.


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