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ÁSIA
Regime matou 1,7 milhão em 4 anos
Camboja julgará líderes do Khmer Vermelho
DO "NEW YORK TIMES"
A Assembléia Nacional do
Camboja ratificou ontem por
unanimidade um acordo com as
Nações Unidas para a criação de
um tribunal internacional com o
fim de julgar os sobreviventes do
regime do Khmer Vermelho por
crimes que mataram 1,7 milhão
de pessoas na década de 70.
Não foi fixado um cronograma
para os julgamentos. O país precisa ainda levantar uma verba estimada em US$ 57 milhões, a ser levantada entre doadores internacionais, para o pleno funcionamento do tribunal.
Nenhum líder do Khmer Vermelho foi julgado até hoje por
suas ações entre 1975 e 1979,
quando cerca de um quarto da
população cambojana morreu de
fome, por excesso de trabalho forçado ou assassinada.
O líder maior do Khmer, Pol
Pot, morreu em 1998. Podem ser
julgados sete ex-líderes do regime, com idades entre 60 e 70 anos.
Apenas dois deles estão atualmente sob custódia.
A lei ainda precisa passar pelo
Senado e pelo Executivo, o que é
considerado uma formalidade.
"O que estávamos esperando foi
alcançado hoje", disse o premiê
cambojano, Hun Sen.
O líder da oposição, Sam
Rainsy, disse que a ratificação era
um "assunto urgente", lembrando que sete anos haviam passado
desde que o Camboja pediu formalmente a ajuda da ONU.
"Encontrar justiça para as vítimas é importante não só no sentido de resolver problemas do passado", disse Rainsy, segundo o
qual é "nossa obrigação estabelecer o Estado de Direito e pôr fim
ao mau hábito da impunidade".
Segundo Youk Chang, diretor
do Centro de Documentação do
Camboja, que vem coletando evidências, o começo dos julgamentos levará pelo menos oito meses.
Khieu Samphan, 72, ex-chefe de
Estado do regime do Khmer, disse que espera um julgamento para
limpar o próprio nome. "Dou
meu total apoio à lei porque preciso de uma clarificação a meu favor", afirmou.
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