São Paulo, terça-feira, 06 de janeiro de 2004

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TERROR

Duas explodem, sem ferir ninguém; ações ampliam ataques contra entidades européias reivindicados por anarquistas italianos

União Européia é alvo de mais três cartas-bombas

DA REDAÇÃO

Duas cartas-bombas enviadas a membros do Parlamento Europeu se incendiaram ontem em Bruxelas e Manchester sem causar ferimentos, e uma terceira bomba foi interceptada. As bombas se seguem a outras semelhantes enviadas a instituições e líderes da União Européia nas últimas duas semanas, totalizando sete cartas desse tipo.
O pacote enviado ao alemão Hans-Gert Poettering, líder do conservador Partido Popular Europeu (PPE), pegou fogo nas mãos de um funcionário.
O escritório do eurodeputado socialista Gary Titley em Manchester, Inglaterra, foi tomado por uma fumaça densa e acre depois que um pacote que tinha chegado durante o feriado de fim de ano pegou fogo. "Não há justificativa para esses ataques, que na realidade são um ataque à democracia", disse o deputado.
Uma terceira carta, endereçada a José Ignacio Salafranca, líder da seção espanhola do PPE, foi desativada em Bruxelas.
As duas cartas-bombas encontradas na capital belga eram idênticas em forma e todas as três tinham carimbo de 22 de dezembro dos Correios de Bolonha, na Itália, de onde se acredita que os ataques anteriores se originaram.
Depois que se soube desses pacotes, funcionários do Parlamento Europeu receberam instruções para lidar com cuidado com a correspondência. Três carros de bombeiros e equipes antibomba estavam estacionados em frente ao prédios do Parlamento Europeu, e policiais à paisana entraram no prédio carregando caixas de metal.
Investigadores apontam para um grupo anarquista italiano como responsável pelas cartas. Um grupo auto-intitulado Federação Anarquista Informal assumiu a autoria do atentado com bombas-relógios em frente à casa de Romano Prodi, presidente da Comissão Européia (órgão executivo da UE), que causou um pequeno incêndio em 21 de dezembro.
Numa carta para o jornal italiano de esquerda "La Repubblica" em 23 de dezembro, o grupo anarquista afirmou ter plantado as bombas para "atingir o aparato de controle que é repressivo e dirige o show democrático que é a nova ordem européia".
Órgãos antiterroristas europeus criaram ontem uma força-tarefa para investigar as cartas e o suposto grupo anarquista italiano. A Itália irá liderar o grupo, que monitorará e analisará "o fenômeno anarco-insurgente" nos próximos dois meses, segundo comunicado italiano.
Em anos recentes, dois atentados custaram a vida de assessores governamentais italianos, causando temores de um ressurgimento do terrorismo de esquerda ou anarquista no país, comum em décadas anteriores.


Com agências internacionais


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