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DOENÇA
Registro é o primeiro desde que a epidemia foi controlada, em julho; para a entidade de saúde, não há risco público
China e OMS confirmam novo caso de Sars
DA REDAÇÃO
A China e a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmaram ontem seu primeiro caso de
Sars (síndrome respiratória aguda grave, na sigla em inglês) desde
que a epidemia da doença foi contida no país, em julho passado.
Segundo anunciaram os pesquisadores, o novo paciente, um
chinês de 32 anos da Província de
Guangdong (sul), contraiu uma
nova variante do coronavírus
causador da Sars.
O novo caso é também, desde o
fim da epidemia, o primeiro a não
estar relacionado a acidentes de
laboratório. Dois casos confirmados após o surto epidêmico -em
Cingapura e em Taiwan- estavam ligados a pesquisadores expostos ao vírus.
A OMS, no entanto, disse que o
caso de ontem não representa
uma ameaça à saúde pública. "É
seguro viajar para todas as áreas
da China", disse a entidade da
ONU, em nota.
Segundo Yuen Kwok-yung,
chefe do departamento de microbiologia da Universidade de
Hong Kong, o novo caso "é diferente dos coronavírus encontrados no ano passado em humanos
e animais".
O pesquisador disse que o novo
vírus "é da mesma linhagem dos
vírus encontrados recentemente
em civetas [pequeno mamífero]".
Como medida de precaução, o
governo chinês ordenou ontem a
matança imediata de cerca de 10
mil civetas, animal bastante utilizado para alimentação em
Guangdong. Suspeita-se que o
novo caso tenha origem num desses animais. O governo espera
matar todos até sábado.
A OMS criticou a decisão chinesa, afirmando que poderia eliminar pistas sobre a origem da Sars e
criar novos perigos para a saúde
pública.
A chefe da equipe da OMS em
Pequim, Julie Hall, disse que é necessário tomar medidas para evitar eventuais infecções a partir da
matança dos animais. "Há um risco potencial", disse.
A China baniu a venda de civetas e outros 53 animais em abril
em meio aos esforços para combater a Sars. A proibição foi suspensa em agosto, sob críticas de
especialistas, que advertiram que
os animais ainda poderiam representar um risco.
Filipinas
As Filipinas também isolaram
um casal suspeito de ter contraído
a doença, aumentando os temores na Ásia de que um segundo
surto epidêmico da doença estaria chegando.
Quando a Sars foi controlada,
em meados do ano passado, especialistas alertaram sobre o risco de
a doença voltar durante o inverno
do hemisfério Norte, já que o vírus se propagaria com mais facilidade em climas frios.
Surgida em novembro de 2002
em Guangdong, a Sars infectou
mais de 8.000 pessoas, das quais
774 morreram, em 27 países. A
maioria absoluta dos casos foi registrada na China, seguida de outras regiões asiáticas e do Canadá.
Por se tratar de uma variação do
vírus, a confirmação do novo caso
levou duas semanas. O paciente
foi internado no dia 20 de dezembro. Seu estado de saúde foi considerado estável. As pessoas que estiveram em contato com ele não
desenvolveram sintomas da
doença.
Com agências internacionais
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