São Paulo, terça-feira, 06 de janeiro de 2004

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DOENÇA

Registro é o primeiro desde que a epidemia foi controlada, em julho; para a entidade de saúde, não há risco público

China e OMS confirmam novo caso de Sars

DA REDAÇÃO

A China e a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmaram ontem seu primeiro caso de Sars (síndrome respiratória aguda grave, na sigla em inglês) desde que a epidemia da doença foi contida no país, em julho passado.
Segundo anunciaram os pesquisadores, o novo paciente, um chinês de 32 anos da Província de Guangdong (sul), contraiu uma nova variante do coronavírus causador da Sars.
O novo caso é também, desde o fim da epidemia, o primeiro a não estar relacionado a acidentes de laboratório. Dois casos confirmados após o surto epidêmico -em Cingapura e em Taiwan- estavam ligados a pesquisadores expostos ao vírus.
A OMS, no entanto, disse que o caso de ontem não representa uma ameaça à saúde pública. "É seguro viajar para todas as áreas da China", disse a entidade da ONU, em nota.
Segundo Yuen Kwok-yung, chefe do departamento de microbiologia da Universidade de Hong Kong, o novo caso "é diferente dos coronavírus encontrados no ano passado em humanos e animais".
O pesquisador disse que o novo vírus "é da mesma linhagem dos vírus encontrados recentemente em civetas [pequeno mamífero]".
Como medida de precaução, o governo chinês ordenou ontem a matança imediata de cerca de 10 mil civetas, animal bastante utilizado para alimentação em Guangdong. Suspeita-se que o novo caso tenha origem num desses animais. O governo espera matar todos até sábado.
A OMS criticou a decisão chinesa, afirmando que poderia eliminar pistas sobre a origem da Sars e criar novos perigos para a saúde pública.
A chefe da equipe da OMS em Pequim, Julie Hall, disse que é necessário tomar medidas para evitar eventuais infecções a partir da matança dos animais. "Há um risco potencial", disse.
A China baniu a venda de civetas e outros 53 animais em abril em meio aos esforços para combater a Sars. A proibição foi suspensa em agosto, sob críticas de especialistas, que advertiram que os animais ainda poderiam representar um risco.

Filipinas
As Filipinas também isolaram um casal suspeito de ter contraído a doença, aumentando os temores na Ásia de que um segundo surto epidêmico da doença estaria chegando.
Quando a Sars foi controlada, em meados do ano passado, especialistas alertaram sobre o risco de a doença voltar durante o inverno do hemisfério Norte, já que o vírus se propagaria com mais facilidade em climas frios.
Surgida em novembro de 2002 em Guangdong, a Sars infectou mais de 8.000 pessoas, das quais 774 morreram, em 27 países. A maioria absoluta dos casos foi registrada na China, seguida de outras regiões asiáticas e do Canadá.
Por se tratar de uma variação do vírus, a confirmação do novo caso levou duas semanas. O paciente foi internado no dia 20 de dezembro. Seu estado de saúde foi considerado estável. As pessoas que estiveram em contato com ele não desenvolveram sintomas da doença.


Com agências internacionais


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