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IRAQUE NA MIRA
Discurso americano não altera posição de Paris, Moscou e Pequim, que exigem mais tempo para a inspeção da ONU
Powell não convence opositores da guerra
DA REDAÇÃO
Os principais países que os
EUA tentavam persuadir ontem,
com a apresentação do secretário
de Estado Colin Powell ao Conselho de Segurança (CS), a apoiar
uma guerra ao Iraque não alteraram o tom de suas declarações.
Rússia, China e França, membros permanentes do CS (com direito a veto), voltaram a pedir
mais tempo para que os inspetores da ONU possam desarmar o
ditador Saddam Hussein.
A França propôs o fortalecimento das inspeções. Sugeriu que
seja triplicado o número de especialistas encarregados de buscar
as armas, além do envio de um
monitor de inspeções com sede
permanente em Bagdá. "O uso da
força só pode servir como último
recurso", disse o chanceler francês, Dominique de Villepin.
De Villepin afirmou que a França avaliaria cuidadosamente os
documentos apresentados por
Powell, mas disse acreditar que as
inspeções estejam funcionando.
Por outro lado, ele admitiu que o
Iraque pode cooperar mais com
os inspetores para evitar a guerra.
Paris lidera um bloco europeu
que se opõe a um ataque e já sinalizou que poderia usar seu poder
de veto contra uma resolução no
CS autorizando o uso da força.
"A informação oferecida hoje
pelo secretário de Estado dos
EUA mostra de novo que as atividades dos inspetores internacionais no Iraque precisam continuar", declarou o chanceler russo,
Igor Ivanov. "Só eles podem oferecer uma resposta à questão de
até que ponto o Iraque está obedecendo às exigências do CS."
Dentre os 15 membros do CS, só
EUA e Reino Unido expressaram
o desejo de desarmar Saddam pela força. Bulgária e Espanha, porém, poderiam integrar a aliança
militar liderada pelos americanos.
"Não devemos deixar nenhuma
dúvida a Saddam sobre quão séria
é sua situação. O tempo é curto",
disse o chanceler britânico, Jack
Straw. "Se a não-cooperação continuar, este Conselho precisa arcar com suas responsabilidades."
O secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, disse que Powell apresentou argumentos fortes, mas que a
guerra não é inevitável. "A mensagem foi clara: todos querem que
o Iraque coopere ativamente e, se
o fizer, podemos evitar a guerra."
Dez países do Leste Europeu
manifestaram apoio à posição
americana . Em comunicado conjunto após o discurso de Powell,
dez candidatos a entrar na Otan
(aliança militar ocidental) -Estônia, Letônia, Lituânia, Bulgária,
Romênia, Eslovênia, Eslováquia,
Croácia, Macedônia e Albânia-
disseram que a ONU precisa livrar o Iraque de suas armas.
Reunidos em Montevidéu, os
chanceleres dos países do Mercosul disseram em comunicado que
só o CS pode decidir se se deve ou
não usar a força contra o Iraque.
A próxima data importante na
crise é 14 de fevereiro, quando o
chefe dos inspetores de armas, o
sueco Hans Blix, e o diretor da
Agência Internacional de Energia
Atômica (AIEA), o egípcio Mohamed El Baradei, apresentam um
novo relatório sobre as inspeções.
No fim de semana, eles irão a Bagdá para concluir o documento.
Com agências internacionais
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