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Re-reeleição de Uribe sofre novo revés
Órgão eleitoral adverte que pode não haver tempo hábil para organizar referendo com mudança antes do pleito de maio
Consulta acerca de terceiro mandato depende de aval da Justiça e pode demandar também um novo censo eleitoral antes da votação
DA REDAÇÃO
A Organização Eleitoral da
Colômbia advertiu ontem que
precisa de ao menos dois meses
para preparar aspectos logísticos do referendo que, se aprovado, permitirá ao presidente
Álvaro Uribe candidatar-se a
um terceiro mandato.
"As eleições demoram um
tempo logístico de, no mínimo,
no mínimo, dois meses", enfatizou o registrador Nacional do
Estado Civil, Carlos Ariel Sánchez. "O referendo é um certame democrático, e, na democracia, se devem respeitar regras próprias", continuou.
Como os colombianos escolherão o novo presidente em 30
de maio, os partidários da segunda reeleição do conservador Uribe poderiam ver seu
projeto inviabilizado pelo calendário. O referendo sobre o
terceiro mandato ainda depende da aprovação da Corte Constitucional, decisão que pode
sair em até 60 dias.
Pelas regras da consulta, ao
menos 25% do eleitorado tem
de votar para que o resultado
modificando a Constituição
-que veta o terceiro mandato- seja válido. Sánchez agregou outro complicador dizendo
que será preciso fazer um censo
eleitoral antes da votação.
Além do tempo, há ainda debate sobre a legalidade da iniciativa. Anteontem, o juiz relator do caso na Corte Constitucional, Humberto Sierra, recomendou que o tribunal rejeite o
projeto. Sierra identificou irregularidades no financiamento
na campanha e no trâmite do
projeto no Congresso.
O documento apresentado
pelo juiz é confidencial, mas vazou na imprensa. Sierra chama
algumas das falhas de "incontornáveis". Os demais oito juízes da corte ainda têm de se
pronunciar sobre a questão.
Uribe, eleito em 2002, esquiva-se de defender o terceiro
mandato publicamente, mas já
toma precauções legais para o
caso de conseguir ser candidato. Deixou de transmitir pela
TV estatal, por exemplo, sua
reunião semanal itinerante de
gabinete.
Enquanto espera a corte,
Uribe se move para tentar articular uma candidatura única
entre os governistas. Nos cenários sem o presidente, o mais
bem posicionado até o momento é o ex-ministro da Defesa
Juan Manuel Santos, com entre 18% e 27% dos votos. O ex-prefeito de Medellín Sergio Fajardo, que se apresenta como
"nem uribista nem antiuribista", ronda os 10%.
A indefinição sobre a corrida
presidencial rouba holofotes da
campanha para o Legislativo,
considerada uma das mais importantes da história recente
da Colômbia. O país escolherá
em 14 de março novos deputados e senadores após uma legislatura marcada por escândalos:
ao menos 33 parlamentares, a
maioria uribista, deixaram as
cadeiras acusados de ligação
com grupos paramilitares.
Com agências internacionais
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