São Paulo, sábado, 06 de fevereiro de 2010

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Re-reeleição de Uribe sofre novo revés

Órgão eleitoral adverte que pode não haver tempo hábil para organizar referendo com mudança antes do pleito de maio

Consulta acerca de terceiro mandato depende de aval da Justiça e pode demandar também um novo censo eleitoral antes da votação

DA REDAÇÃO

A Organização Eleitoral da Colômbia advertiu ontem que precisa de ao menos dois meses para preparar aspectos logísticos do referendo que, se aprovado, permitirá ao presidente Álvaro Uribe candidatar-se a um terceiro mandato.
"As eleições demoram um tempo logístico de, no mínimo, no mínimo, dois meses", enfatizou o registrador Nacional do Estado Civil, Carlos Ariel Sánchez. "O referendo é um certame democrático, e, na democracia, se devem respeitar regras próprias", continuou.
Como os colombianos escolherão o novo presidente em 30 de maio, os partidários da segunda reeleição do conservador Uribe poderiam ver seu projeto inviabilizado pelo calendário. O referendo sobre o terceiro mandato ainda depende da aprovação da Corte Constitucional, decisão que pode sair em até 60 dias.
Pelas regras da consulta, ao menos 25% do eleitorado tem de votar para que o resultado modificando a Constituição -que veta o terceiro mandato- seja válido. Sánchez agregou outro complicador dizendo que será preciso fazer um censo eleitoral antes da votação.
Além do tempo, há ainda debate sobre a legalidade da iniciativa. Anteontem, o juiz relator do caso na Corte Constitucional, Humberto Sierra, recomendou que o tribunal rejeite o projeto. Sierra identificou irregularidades no financiamento na campanha e no trâmite do projeto no Congresso.
O documento apresentado pelo juiz é confidencial, mas vazou na imprensa. Sierra chama algumas das falhas de "incontornáveis". Os demais oito juízes da corte ainda têm de se pronunciar sobre a questão.
Uribe, eleito em 2002, esquiva-se de defender o terceiro mandato publicamente, mas já toma precauções legais para o caso de conseguir ser candidato. Deixou de transmitir pela TV estatal, por exemplo, sua reunião semanal itinerante de gabinete.
Enquanto espera a corte, Uribe se move para tentar articular uma candidatura única entre os governistas. Nos cenários sem o presidente, o mais bem posicionado até o momento é o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos, com entre 18% e 27% dos votos. O ex-prefeito de Medellín Sergio Fajardo, que se apresenta como "nem uribista nem antiuribista", ronda os 10%.
A indefinição sobre a corrida presidencial rouba holofotes da campanha para o Legislativo, considerada uma das mais importantes da história recente da Colômbia. O país escolherá em 14 de março novos deputados e senadores após uma legislatura marcada por escândalos: ao menos 33 parlamentares, a maioria uribista, deixaram as cadeiras acusados de ligação com grupos paramilitares.
Com agências internacionais



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