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São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2003

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IRAQUE NA MIRA

Eventual guerra terá milhares de bombas e mísseis nas primeiras horas; militares americanos se dizem prontos

Ataque deve ser dez vezes maior que o de 91

DA REDAÇÃO

Em uma estratégia que funcionários do Departamento da Defesa dos EUA apelidaram de "choque e estarreça", forças norte-americanas planejam jogar dez vezes mais bombas no início de uma possível campanha aérea contra o Iraque do que fizeram na Guerra do Golfo de 1991, afirmaram autoridades ontem.
Enquanto isso, o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, e o comandante que lideraria uma guerra, general Tommy Franks, encontraram-se na Casa Branca com o presidente George W. Bush para discutir planos de combate.
"[O ditador iraquiano] Saddam Hussein pode evitar o uso da força", afirmou Rumsfeld em uma entrevista conjunta com Franks após a reunião. "Para isso, terá de se desarmar ou ir embora."
"Nossos soldados estão treinados, eles estão prontos, eles são capazes", disse Franks, acrescentando que, se uma guerra for ordenada, "não há dúvida" de que os EUA prevalecerão. Depois da reunião, o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, afirmou que uma recente declaração de Bush, de que os EUA esperariam "semanas, não meses", para Saddam se desarmar, seguia válida.

Conflito rápido
Se Bush ordenar a invasão do Iraque, os potentes ataques aéreos com milhares de bombas e mísseis serão combinados com assaltos rápidos por terra -uma combinação cujo objetivo é exaurir as defesas de Saddam, impedindo-o de ter tempo de planejar retaliações catastróficas, e convencer suas forças de que elas não terão chances de vencer, afirmaram funcionários do Pentágono.
Eles disseram ontem que parte do plano é iniciar um ataque aéreo usando dez vezes o número de bombas guiadas lançadas nos primeiros dias da Guerra do Golfo.
Os alvos prioritários das forças americanas seriam os quartéis-generais militares e políticos de Saddam, suas defesas aéreas, sua infra-estrutura de comunicações e os sistemas que ele possa usar para lançar ataques químicos e biológicos com armas que os EUA alegam que o ditador possui.
"Se houver ordem para entrar em conflito contra o Iraque, você tem de fazer com que seja um conflito rápido", disse ontem o Chefe do Estado-Maior dos EUA, general Richard Myers.
Enquanto cerca de 20% das bombas jogadas durante a última Guerra do Golfo eram armas guiadas, aproximadamente 70% das lançadas em um ataque contra o Iraque seriam guiadas por laser, satélite ou câmeras de vídeo, afirmou um alto oficial do Comando Central dos EUA ontem.

Turquia
As Forças Armadas da Turquia afirmaram ontem que defendiam dar permissão de entrada a soldados americanos para um ataque ao Iraque, aumentando a pressão sobre o Parlamento para reconsiderar um acordo que permitiria o uso de território turco por militares dos EUA.


Com agências internacionais


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