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IRAQUE NA MIRA
Eventual guerra terá milhares de bombas e mísseis nas primeiras horas; militares americanos se dizem prontos
Ataque deve ser dez vezes maior que o de 91
DA REDAÇÃO
Em uma estratégia que funcionários do Departamento da Defesa dos EUA apelidaram de "choque e estarreça", forças norte-americanas planejam jogar dez
vezes mais bombas no início de
uma possível campanha aérea
contra o Iraque do que fizeram na
Guerra do Golfo de 1991, afirmaram autoridades ontem.
Enquanto isso, o secretário da
Defesa, Donald Rumsfeld, e o comandante que lideraria uma
guerra, general Tommy Franks,
encontraram-se na Casa Branca
com o presidente George W. Bush
para discutir planos de combate.
"[O ditador iraquiano] Saddam
Hussein pode evitar o uso da força", afirmou Rumsfeld em uma
entrevista conjunta com Franks
após a reunião. "Para isso, terá de
se desarmar ou ir embora."
"Nossos soldados estão treinados, eles estão prontos, eles são
capazes", disse Franks, acrescentando que, se uma guerra for ordenada, "não há dúvida" de que
os EUA prevalecerão. Depois da
reunião, o porta-voz da Casa
Branca, Ari Fleischer, afirmou
que uma recente declaração de
Bush, de que os EUA esperariam
"semanas, não meses", para Saddam se desarmar, seguia válida.
Conflito rápido
Se Bush ordenar a invasão do
Iraque, os potentes ataques aéreos
com milhares de bombas e mísseis serão combinados com assaltos rápidos por terra -uma combinação cujo objetivo é exaurir as
defesas de Saddam, impedindo-o
de ter tempo de planejar retaliações catastróficas, e convencer
suas forças de que elas não terão
chances de vencer, afirmaram
funcionários do Pentágono.
Eles disseram ontem que parte
do plano é iniciar um ataque aéreo usando dez vezes o número de
bombas guiadas lançadas nos primeiros dias da Guerra do Golfo.
Os alvos prioritários das forças
americanas seriam os quartéis-generais militares e políticos de
Saddam, suas defesas aéreas, sua
infra-estrutura de comunicações
e os sistemas que ele possa usar
para lançar ataques químicos e
biológicos com armas que os
EUA alegam que o ditador possui.
"Se houver ordem para entrar
em conflito contra o Iraque, você
tem de fazer com que seja um
conflito rápido", disse ontem o
Chefe do Estado-Maior dos EUA,
general Richard Myers.
Enquanto cerca de 20% das
bombas jogadas durante a última
Guerra do Golfo eram armas
guiadas, aproximadamente 70%
das lançadas em um ataque contra o Iraque seriam guiadas por
laser, satélite ou câmeras de vídeo,
afirmou um alto oficial do Comando Central dos EUA ontem.
Turquia
As Forças Armadas da Turquia
afirmaram ontem que defendiam
dar permissão de entrada a soldados americanos para um ataque
ao Iraque, aumentando a pressão
sobre o Parlamento para reconsiderar um acordo que permitiria o
uso de território turco por militares dos EUA.
Com agências internacionais
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