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França pode conhecer hoje novo premiê
DE PARIS
O presidente reeleito da França,
Jacques Chirac, deverá nomear
ainda hoje o novo primeiro-ministro do país. Constitucionalmente, ele poderá escolher um
político de sua preferência para
um mandato interino até as eleições legislativas, em junho, sem
precisar respeitar a maioria parlamentar, que é de esquerda.
Os nomes mais citados nos últimos dias são os dos deputados
Nicolas Sarkozy, do mesmo partido do presidente, o RPR (Reunião
pela República), e Philippe Douste-Blazy, da UDF (União pela Democracia Francesa), bem como o
do senador Jean-Pierre Raffarin,
da DL (Democracia Liberal).
Todos esses partidos fazem parte de uma grande formação de
centro-direita construída nos últimos dias no país para concorrer
às legislativas.
Outros nomes também são cogitados, como os dos deputados
François Fillon e Gilles de Robien,
ambos do RPR. O presidente não
deu até o momento nenhum sinal
de preferência. A escolha será
fundamental para assegurar a
mobilização da direita nas eleições legislativas.
Para Jean-François Mattei, presidente da DL na Assembléia,
Chirac deveria fazer sua escolha
na noite de ontem, "após ter pesado todos os dados do problema".
Segundo uma pesquisa da emissora de TV France 2, Nicolas Sarkozy é o preferido dos franceses
para o cargo de premiê, seguido
de Douste-Blazy (19%), Raffarin
(12%) e Fillon (7%).
Com a nomeação do novo primeiro-ministro chega ao fim a
mais longa "coabitação" entre esquerda e direita na França. Nos
últimos cinco anos, Chirac e o socialista Lionel Jospin dividiram o
comando do país. Após ter sido
derrotado no primeiro turno das
eleições presidenciais, Jospin
anunciou sua renúncia da vida
política.
O novo primeiro-ministro,
além de assumir a chefia do governo, nomeará um novo ministério e deverá preparar as legislativas, que ocorrem em 9 e 16 de junho (primeiro e segundo turnos).
Como ele não vai dispor de maioria na Assembléia atual, não é
provável que consiga aprovar nenhuma lei relevante no período.
Se a direita ganhar as legislativas, a "coabitação" estará extinta
no país nos próximos anos. Se a
esquerda vencer, Chirac terá que
nomear um primeiro-ministro
dessa tendência, inaugurando um
novo período de convivência entre partidos opostos no poder.
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