São Paulo, segunda-feira, 06 de maio de 2002

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França pode conhecer hoje novo premiê

DE PARIS

O presidente reeleito da França, Jacques Chirac, deverá nomear ainda hoje o novo primeiro-ministro do país. Constitucionalmente, ele poderá escolher um político de sua preferência para um mandato interino até as eleições legislativas, em junho, sem precisar respeitar a maioria parlamentar, que é de esquerda.
Os nomes mais citados nos últimos dias são os dos deputados Nicolas Sarkozy, do mesmo partido do presidente, o RPR (Reunião pela República), e Philippe Douste-Blazy, da UDF (União pela Democracia Francesa), bem como o do senador Jean-Pierre Raffarin, da DL (Democracia Liberal).
Todos esses partidos fazem parte de uma grande formação de centro-direita construída nos últimos dias no país para concorrer às legislativas.
Outros nomes também são cogitados, como os dos deputados François Fillon e Gilles de Robien, ambos do RPR. O presidente não deu até o momento nenhum sinal de preferência. A escolha será fundamental para assegurar a mobilização da direita nas eleições legislativas.
Para Jean-François Mattei, presidente da DL na Assembléia, Chirac deveria fazer sua escolha na noite de ontem, "após ter pesado todos os dados do problema". Segundo uma pesquisa da emissora de TV France 2, Nicolas Sarkozy é o preferido dos franceses para o cargo de premiê, seguido de Douste-Blazy (19%), Raffarin (12%) e Fillon (7%).
Com a nomeação do novo primeiro-ministro chega ao fim a mais longa "coabitação" entre esquerda e direita na França. Nos últimos cinco anos, Chirac e o socialista Lionel Jospin dividiram o comando do país. Após ter sido derrotado no primeiro turno das eleições presidenciais, Jospin anunciou sua renúncia da vida política.
O novo primeiro-ministro, além de assumir a chefia do governo, nomeará um novo ministério e deverá preparar as legislativas, que ocorrem em 9 e 16 de junho (primeiro e segundo turnos). Como ele não vai dispor de maioria na Assembléia atual, não é provável que consiga aprovar nenhuma lei relevante no período.
Se a direita ganhar as legislativas, a "coabitação" estará extinta no país nos próximos anos. Se a esquerda vencer, Chirac terá que nomear um primeiro-ministro dessa tendência, inaugurando um novo período de convivência entre partidos opostos no poder.



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