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Para Le Pen, houve "derrota da esperança"
DA REDAÇÃO
O candidato de extrema direita
Jean-Marie Le Pen afirmou ontem que a reeleição de Jacques
Chirac é uma "tremenda derrota
da esperança francesa". Ele disse à
rede de TV France 2 que a vitória
do rival é "ambígua, feita com
método soviético, com o conjunto
de forças sociais, políticas, econômicas e da mídia".
"Tenho paciência, não terei de
esperar muito antes de ver a desagregação dos aliados dessa coalizão mórbida", afirmou, referindo-se aos republicanos de esquerda e de direita que buscaram bloquear o avanço da extrema direita
no segundo turno.
"Nós nos veremos no pleito legislativo", disse Le Pen, que perguntou quantos dos 82% de eleitores de Chirac "votarão por ele",
referindo-se à coalizão de centro-direita que apóia Chirac e que tentará conquistar maioria na Assembléia Legislativa em junho.
Le Pen declarou à noite que o resultado coloca seu partido, a
Frente Nacional, "como a primeira força política da República
Francesa" e acrescentou, lembrando a eleição legislativa, que
ocorrerá em 9 e 16 de junho, que
"a reconquista está em marcha".
O futuro político do próprio Le
Pen permanece uma incógnita.
Ontem houve quem dissesse que
ele não iria candidatar-se na eleição legislativa, porém nada foi
anunciado oficialmente.
Le Pen afirmou sentir-se "bastante bem" e felicitou o "bloco nacional", em alusão a seus eleitores.
"Alegro-me que o bloco nacional
seja sólido e esteja disposto para o
futuro, que vemos com confiança." Ontem de manhã, Le Pen havia dito que um resultado de menos de 30% seria "uma grande decepção".
Ontem à noite, em frente à sua
casa -no elegante subúrbio de
Saint-Cloud, em Paris-, um grupo de simpatizantes da extrema
direita saudou o candidato derrotado no segundo turno. Eles prometeram dar continuidade à "luta
de Le Pen" durante a campanha
para o pleito legislativo.
"Jean-Marie, se você soubesse o
quanto os franceses o amam, não
ficaria chateado", afirmavam, em
coro, seus simpatizantes. Alguns
deles foram até recebidos no jardim da mansão da família Le Pen.
"Le Pen foi classificado de
monstro durante a campanha,
uma mistura entre Frankenstein e
Hitler", reclamou Bruno Gollnisch, um de seus principais assessores, ao comentar a derrota.
Com agências internacionais
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