São Paulo, segunda-feira, 06 de maio de 2002

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Para Le Pen, houve "derrota da esperança"

DA REDAÇÃO

O candidato de extrema direita Jean-Marie Le Pen afirmou ontem que a reeleição de Jacques Chirac é uma "tremenda derrota da esperança francesa". Ele disse à rede de TV France 2 que a vitória do rival é "ambígua, feita com método soviético, com o conjunto de forças sociais, políticas, econômicas e da mídia".
"Tenho paciência, não terei de esperar muito antes de ver a desagregação dos aliados dessa coalizão mórbida", afirmou, referindo-se aos republicanos de esquerda e de direita que buscaram bloquear o avanço da extrema direita no segundo turno.
"Nós nos veremos no pleito legislativo", disse Le Pen, que perguntou quantos dos 82% de eleitores de Chirac "votarão por ele", referindo-se à coalizão de centro-direita que apóia Chirac e que tentará conquistar maioria na Assembléia Legislativa em junho.
Le Pen declarou à noite que o resultado coloca seu partido, a Frente Nacional, "como a primeira força política da República Francesa" e acrescentou, lembrando a eleição legislativa, que ocorrerá em 9 e 16 de junho, que "a reconquista está em marcha".
O futuro político do próprio Le Pen permanece uma incógnita. Ontem houve quem dissesse que ele não iria candidatar-se na eleição legislativa, porém nada foi anunciado oficialmente.
Le Pen afirmou sentir-se "bastante bem" e felicitou o "bloco nacional", em alusão a seus eleitores. "Alegro-me que o bloco nacional seja sólido e esteja disposto para o futuro, que vemos com confiança." Ontem de manhã, Le Pen havia dito que um resultado de menos de 30% seria "uma grande decepção".
Ontem à noite, em frente à sua casa -no elegante subúrbio de Saint-Cloud, em Paris-, um grupo de simpatizantes da extrema direita saudou o candidato derrotado no segundo turno. Eles prometeram dar continuidade à "luta de Le Pen" durante a campanha para o pleito legislativo.
"Jean-Marie, se você soubesse o quanto os franceses o amam, não ficaria chateado", afirmavam, em coro, seus simpatizantes. Alguns deles foram até recebidos no jardim da mansão da família Le Pen.
"Le Pen foi classificado de monstro durante a campanha, uma mistura entre Frankenstein e Hitler", reclamou Bruno Gollnisch, um de seus principais assessores, ao comentar a derrota.


Com agências internacionais


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