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JUSTIÇA
Governo não ratificará tratado
EUA anunciam saída de tribunal internacional
DA REDAÇÃO
Os EUA devem retirar seu nome do tratado que cria o primeiro
Tribunal Penal Internacional
(TPI) permanente, confirmou
ontem o secretário de Estado, Colin Powell. Ele disse à TV ABC que
o governo dos EUA notificará o
secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, de que o país não tem intenção de ratificar o tratado e que
não se considera "mais ligado à
sua proposta e a seu objetivo".
O TPI, criado pelo Estatuto de
Roma, em 1998, e assinado por
160 países, tornou-se realidade no
dia 11 de abril, quando o número
de nações que o ratificaram passou de 60. O tribunal será formado neste ano, mas, na prática,
abrirá suas portas em 2003 por razões operacionais.
O ex-presidente Bill Clinton assinou o tratado em seu último dia
de governo, mas nunca o submeteu ao Senado para ratificação. Ao
assiná-lo, o país pôde participar
das discussões sobre como o tribunal seria feito. O governo de
George W. Bush tornou sua oposição ao TPI clara.
Os EUA argumentam que o tratado poderia ser usado contra militares norte-americanos. "Concluímos que essa não era uma situação que acreditamos ser apropriada para nossos homens e mulheres nas Forças Armadas ou
nossos diplomatas e líderes políticos", disse Powell.
O secretário de Estado afirmou
que os EUA nunca tiveram intenção de ratificar o tratado. "Como
não temos intenção de ratificá-lo,
é apropriado para nós, porque
não temos problemas sérios com
o TPI, que notifiquemos o secretário-geral de que não o faremos,
e, portanto, não estamos mais ligados à sua proposta e a seu objetivo", disse Powell.
O TPI irá preencher uma lacuna
no sistema judiciário internacional reconhecido pela Assembléia
Geral da ONU em 1948 após os
tribunais de Nuremberg e de Tóquio para criminosos de guerra
alemães e japoneses da Segunda
Guerra Mundial.
Tribunais têm sido criados para
situações especiais -como o genocídio na Ruanda em 1994 e os
crimes de guerra na antiga Iugoslávia-, mas não existe nenhum
mecanismo para deter indivíduos
responsáveis criminalmente por
crimes sérios, como genocídio.
Com agências internacionais
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