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IRAQUE OCUPADO
Ao menos 15 insurgentes morreram nos embates; líderes xiitas pedem desarmamento de clérigo radical
EUA perdem 4 em confrontos perto de Najaf
DA REDAÇÃO
Forças americanas e insurgentes xiitas voltaram a se confrontar
ontem na região da cidade iraquiana de Najaf, deixando um saldo de 15 rebeldes e quatro soldados americanos mortos. Os conflitos dão continuidade a um cerco que, segundo cálculos da câmara de comércio local, já deu à
cidade um prejuízo de aproximadamente US$ 1 bilhão.
Os embates mais uma vez envolveram as forças do clérigo radical Moqtada al Sadr, a quem os
EUA juraram capturar vivo ou
morto e que liderou um levante
que matou cerca de 20 soldados
no início de abril.
Líderes xiitas proeminentes têm
tentado demover Al Sadr de suas
exigências, sem sucesso.
Ontem foi a vez de Mohammed
Bahr al Ulloum, integrante do
Conselho de Governo Iraquiano,
enviar a Al Sadr uma mensagem
pedindo que ele desarmasse sua
milícia. A carta, assinada também
por outros 500 líderes xiitas, representa o maior esforço público
por parte do grupo, até agora, para que o clérigo faça concessões e
dê fim ao impasse, que já dura
quase um mês.
O principal confronto de ontem
ocorreu durante a noite em Karbala, vizinha a Najaf, onde as forças de ocupação atacaram um hotel, um antigo escritório do extinto partido Baath e o gabinete do
governador regional, onde a milícia de Al Sadr estava guardando
armas, segundo o comando dos
EUA. Dez insurgentes e um soldado dos EUA morreram.
Numa ação semelhante, em Diwaniya, três soldados americanos
morreram em ataques contra dois
prédios ocupados por insurgentes. Na vizinha Kufa, mais cinco
insurgentes foram mortos quando as forças americanas atacaram
uma van que havia sido vista sendo carregada com armas.
Também houve embates em
um cemitério junto ao lago Najaf,
onde mais de 50 insurgentes emboscaram três veículos militares
americanos. Os soldados reagiram a tiros, mas ninguém se feriu.
Na entrevista que concedeu ontem a duas TVs de audiência árabe (leia texto na pág. 11), o presidente George W. Bush disse que
os próprios iraquianos "lidarão
com Al Sadr", com quem já estão
perdendo a paciência por "ocupar" lugares sagrados.
"Temos muito respeito pelos lugares sagrados no Iraque, entendemos sua importância para os
cidadãos iraquianos. O sr. Sadr
está ocupando esses lugares como
se fossem seus, e acho que os iraquianos estão se cansando disso."
A importância de Najaf para os
xiitas levou os EUA a evitar invadir a cidade, temendo um levante
de grandes proporções no país
majoritariamente xiita.
Mas o cerco mantido desde o
início de abril já causou grandes
prejuízos à cidade, cuja economia
se baseia no comércio movimentado pelos peregrinos.
Segundo o vice-presidente da
Câmara de Comércio de Najaf, o
prejuízo já se aproxima de US$ 1
bilhão. A cidade recebia, diariamente, cerca de 35 mil peregrinos
somente do Irã, além de visitantes
de outros países. Com o cerco esse
número caiu drasticamente.
Com agências internacionais
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