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ORIENTE MÉDIO
Violência diminui, Israel atenua bloqueio, e EUA enviam chefe da CIA
Hamas nega declaração de trégua
DA REDAÇÃO
Lideranças do Hamas, grupo islâmico responsável por vários
atentados contra israelenses, negaram ontem um cessar-fogo
anunciado no dia anterior. As esperanças sobre a trégua entre Israel e palestinos tomaram fôlego,
contudo, com a redução da violência e o envio do diretor da CIA
(serviço de inteligência dos EUA)
para o Oriente Médio.
"Não propusemos nenhum cessar-fogo", declarou Mahmoud al
Zahhar, membro da cúpula do
Hamas. Ele afirmou que o grupo
continuará a atingir israelenses
"em todo lugar". Na sexta-feira,
um terrorista suicida do Hamas
matou 20 pessoas em Tel Aviv.
"Se eu aceitar um cessar-fogo,
significa que estou levantando a
bandeira branca", disse o líder espiritual do Hamas, o xeque Ahmad Yassin. "Eles [Israel" têm de
retirar seus colonos. Nossa terra
precisa ser devolvida, nosso povo
deve conquistar a libertação."
Anteontem, num comunicado
conjunto agora contestado, o Hamas e o braço armado do Fatah
(movimento político ao qual pertence o líder palestino Iasser Arafat) declararam que suspenderiam as ações contra Israel, mas
que continuariam a atacar as colônias em Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Ontem o Hamas disse que a nota era "falsa".
Analistas palestinos disseram
crer que possa se tratar de uma jogada política da organização.
"O Hamas apresentou um desmentido devido ao incômodo que
o comunicado [de trégua" causou
entre seus simpatizantes", disse
Abdallah Hurani.
Para Mohammad Hamza, o
grupo não deverá cumprir suas
novas ameaças de ataques, pois
está preocupado com "os interesses nacionais palestinos". O atentado em Tel Aviv fez com que
EUA e Europa aumentassem a
pressão para que Arafat decretasse um cessar-fogo.
Houve poucos confrontos ontem na região, onde ao menos 450
palestinos, 110 israelenses e 13 árabes israelenses foram mortos nos
últimos oito meses.
O ativista do Fatah Ashraf Bardaweel, 27, ficou gravemente ferido após a explosão do seu carro
na Cisjordânia. Os palestinos acusaram o governo israelense de
tentativa de assassinato, mas o
Exército, que já matou vários suspeitos de terrorismo em ações semelhantes, negou envolvimento.
Um bebê israelense (atingido
por pedras) e um árabe israelense
(atingido por tiro) foram feridos
com gravidade em estradas da
Cisjordânia em ataques atribuídos a militantes palestinos.
Israel reconheceu uma queda
no nível de violência após Arafat,
pressionado pela comunidade internacional a seguir o exemplo do
premiê Ariel Sharon, ter anunciado um cessar-fogo, no sábado. Israel anunciou que levantaria hoje
o bloqueio imposto sobre bens de
primeira necessidade em Gaza e
Cisjordânia -permaneceriam,
porém, as restrições à circulação
dos palestinos. Israel quer que
Arafat prenda os extremistas islâmicos soltos durante a Intifada
(levante), iniciada em setembro.
O presidente dos EUA, George
W. Bush, explicou que a visita do
diretor da CIA, George Tenet, era
motivada pelo aparente êxito na
contenção da violência. "Cremos
que foram feitos progressos suficientes para enviar Tenet e para
que comecem discussões sérias
sobre segurança", disse o presidente Bush.
Com agências internacionais
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