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TERROR
Atentado atribuído a separatistas rebeldes foi o terceiro na região em menos de um mês; Duma vota hoje anistia parcial
Mulher-bomba mata 17 perto da Tchetchênia
DA REDAÇÃO
Uma terrorista suicida detonou
ontem uma carga de explosivos
próximo a um ônibus que levava
soldados e civis para o trabalho
numa pista de pouso militar perto
da Tchetchênia, matando ao menos 17 pessoas. Esse foi o terceiro
ataque do gênero no Cáucaso russo em menos de um mês.
O atentado aconteceu na véspera de uma votação no Parlamento
russo sobre uma anistia parcial
para guerrilheiros rebeldes, com o
objetivo de melhorar as perspectivas de um plano de paz do governo russo.
O ataque de ontem aconteceu
nos arredores da cidade de Mozdok, na região russa da Ossétia do
Norte, próximo à fronteira com a
república separatista da Tchetchênia. Oito militares, entre eles
quatro oficiais da Força Aérea, estavam entre os mortos. Além disso, havia nove feridos, dois deles
em condições graves.
Segundo testemunhas, a mulher-bomba tentou subir no ônibus, que havia parado para recolher passageiros, mas não conseguiu e acabou se detonando ao lado do veículo.
Nenhum grupo assumiu o atentado, mas o governo russo considerou-o uma obra dos grupos rebeldes. Dois outros atentados na
região no mês passado, que mataram ao todo mais de 75 pessoas,
foram assumidos pelo líder rebelde tchetcheno Shamil Basayev.
Reeleição
O atentado de ontem é mais um
revés para o presidente russo,
Vladimir Putin, que tenta reduzir
as tensões na região de olho nas
eleições do ano que vem, quando
tentará se reeleger. Putin havia sido eleito presidente em 2000 graças à popularidade obtida com
uma ofensiva militar contra os rebeldes tchetchenos quando ocupava o cargo de primeiro-ministro e a Presidência interina.
A Tchetchênia se autoproclamou independente em 1991, após
o colapso da União Soviética, mas
a Rússia ainda a considera parte
de seu território.
Após o primeiro conflito na região, entre 1994 e 1996, as Forças
Armadas da Rússia deixaram a
Tchetchênia humilhadas. O segundo conflito na região entre rebeldes independentistas e soldados russos teve início em outubro
de 1999 e já matou milhares de
militares russos e dezenas de milhares de tchetchenos, boa parte
deles civis.
Após organizar um referendo
em março, contestado pelos rebeldes separatistas, no qual mais
de 90% dos tchetchenos teriam
votado pela manutenção da república vinculada à Rússia, Putin
tenta agora impulsionar um plano de paz para acabar com a violência na região.
Como parte do plano, a Duma
(a Câmara Baixa do Parlamento
russo) deve votar hoje um projeto
de anistia parcial para os rebeldes.
Organizações de direitos humanos e líderes rebeldes, porém, criticam as limitações da anistia oferecida, dizendo que ela exclui os
rebeldes mais radicais, mas beneficia os militares russos suspeitos
de abusos na região.
Com agências internacionais
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