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Grupo fardado seqüestra 50 no Iraque
Vestidos como policiais, captores levam motoristas, passageiros e até vendedores em terminais de Bagdá
DA REDAÇÃO
Pelo menos 50 pessoas foram
seqüestradas ontem, em estações de ônibus no centro de
Bagdá, por homens armados
vestidos com uniformes policiais. Motoristas, passageiros e
até vendedores de sanduíches
foram capturados.
As vítimas foram levadas em
mais de dez veículos, de acordo
com testemunhas. O incidente
se soma à crescente série de
atentados desde a posse do primeiro-ministro iraquiano, Nuri al Maliki, da maioria árabe
xiita, há pouco mais de um mês.
Os seqüestradores chegaram
no meio da manhã ao distrito
comercial de Salihiya e, segundo testemunhas, capturaram as
pessoas aleatoriamente. Salihiya concentra várias empresas
de transporte, com linhas para
a Jordânia, a Síria e o Líbano.
As vítimas tiveram sacos colocados em suas cabeças e foram conduzidas, uma a uma,
para os veículos. "Eles pegaram
os trabalhadores das companhias e das lojas próximas e não
deram nenhuma explicação",
disse Haidar Eleibi, funcionário de uma das companhias.
O Ministério do Interior, que
comanda a polícia, negou qualquer participação na ação. Nenhum grupo assumiu o ataque.
Em março, numa ação similar, homens armados invadiram uma empresa de segurança e levaram 50 pessoas, muitas
delas ex-militares do regime de
Saddam Hussein, árabe sunita.
Desde então não houve notícia
do paradeiro dos reféns.
Impasse político
Apesar da tentativa de formar um governo com representantes das duas forças majoritárias, a animosidade entre árabes xiitas e árabes sunitas não
dá mostras de arrefecimento.
A influente Associação dos
Clérigos Sunitas divulgou ontem comunicado alertando o
governo iraquiano a não realizar ações na Província de Anbar. "As conseqüências seriam
perigosas para a sociedade e para o governo." Na última semana, o líder da Al Qaeda no país,
Abu Musab al Zarqawi, incentivou os árabes sunitas a pegar
em armas contra os xiitas.
O premiê não consegue nomear os ministros da Defesa e
do Interior porque parlamentares dos dois grupos não chegam a um acordo. A nomeação
é fundamental para que a segurança passe das mãos dos militares dos EUA para as iraquianas. O posto de ministro do Interior deve ir para um árabe xiita, e o de ministro da Defesa,
para um árabe sunita.
Os xiitas, porém, recusaram
os candidatos apresentados pelos sunitas para a Defesa porque dizem que eles serviam a
Saddam. Tampouco se chegou
a um consenso para o Interior.
Ao menos 16 pessoas morreram ontem em atentados. O
ataque a bomba a uma patrulha
militar italiana matou um soldado e feriu quatro.
Com agências internacionais
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