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Rei da Jordânia cancela visita a Israel
do enviado especial
O rei Hussein, da Jordânia, cancelou visita a Israel, prevista para
hoje, em claro sinal de desaprovação às medidas que o governo Binyamin Netanyahu adotou contra
os palestinos.
Hussein mandará, em seu lugar,
o irmão, príncipe Hassan, e o primeiro-ministro.
A visita de Hussein havia sido
oficialmente anunciada na véspera
pelo próprio gabinete de Netanyahu. O cancelamento indica o crescente isolamento do governo israelense, pelo menos na arena internacional.
O líder palestino Iasser Arafat,
ao contrário, obteve apoio da Liga
Árabe e do presidente egípcio,
Hosni Mubarak.
"Enfraquecer a Autoridade Palestina é muito, muito, perigoso",
disse Mubarak, anfitrião de reunião especial da Liga Árabe convocada a pedido de Arafat.
O líder palestino quer envolver
ainda mais países no que chama
defesa do acordo de paz. Lembrou
que não se trata de um entendimento bilateral Israel/palestinos,
ao dizer:
"Foram assinados na Casa
Branca, sob a supervisão do próprio presidente Clinton, da União
Européia, da Rússia, da Noruega e
na presença do Japão, do Egito e
da Jordânia".
Arafat já obteve apoio da Liga
Árabe, cujo comunicado acusa Israel de "sabotar o processo de
paz" e "humilhar o povo palestino", uma linha de raciocínio idêntica à do presidente da ANP.
Os israelenses, ao contrário, só
têm obtido críticas. O chanceler,
David Levy, esteve ontem no Egito
e ouviu do presidente Hosni Mubarak a avaliação de que as retaliações adotadas por Netanyahu
"podem ter consequências perigosas". A mais perigosa, sempre
segundo Mubarak, é "pôr em
questão a estabilidade em toda a
região".
É uma frase eloquente quando se
sabe que Egito e Jordânia são os
dois únicos vizinhos de Israel com
os quais o Estado judeu concluiu
acordos de paz.
Arafat, no encontro com as autoridades jordanianas, também
acenou com crescente instabilidade. Disse que os problemas na
margem Ocidental do rio Jordão
(ocupada por Israel, mas habitada
predominantemente pelos palestinos) podem espraiar-se para a
margem Oriental (o lado jordaniano, também de população palestina, na maioria).
Ainda na frente externa, Israel
voltou ontem a atacar redutos do
Hizbollah, no sul do Líbano, matando três civis. Foi em retaliação a
ataque do grupo extremista a uma
unidade do Exército do Sul do Líbano, corpo militar fantoche de Israel, que controla parte do sul do
país. Um soldado foi ferido. Na
véspera, Israel havia penetrado em
território libanês e matado cinco
guerrilheiros do Hizbollah.
(CR)
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