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Líderes islâmicos são detidos pelo FBI
RAFAEL CARIELLO
DE NOVA YORK
O FBI (a polícia federal americana) prendeu ontem líderes religiosos muçulmanos acusados de
aceitarem participar de um plano
de ataque terrorista nos EUA.
O plano, na verdade, era falso e
foi proposto por um informante
do FBI, que se apresentou aos
acusados como membro de uma
organização terrorista e disse precisar de sua ajuda para comprar
um lançador de mísseis que seria
usado para assassinar o embaixador do Paquistão em Nova York
(cidade sede da ONU).
Segundo autoridades americanas, Yassin Aref, 34, e Mohammed Hossain, 49, líderes de uma
mesquita em Albany (Estado de
Nova York), aceitaram receber
US$ 65 mil para comprar a arma e
fornecer "disfarce" para a origem
do dinheiro gasto na operação.
Aref é imã da mesquita e Hossain, um dos fundadores.
Os dois podem receber penas de
até 70 anos de prisão, disse o procurador James Comey, do Departamento de Justiça, que reconheceu não ter havido nenhum perigo real de ataque.
Mensagem
Segundo Comey, a prisão serve
para mandar uma mensagem a
terroristas e simpatizantes. "Estamos trabalhando duro para nos
infiltrar.
Qualquer pessoa envolvida em
planos terroristas deveria se indagar se o seu cúmplice não é, na
verdade, um dos nossos homens", afirmou o procurador.
As mulheres dos acusados negaram que eles estivessem envolvidos num plano terrorista. "É totalmente errado, totalmente falso
e totalmente mentiroso", disse
Mossamat, mulher de Hossain.
A prisão ocorre na semana em
que Washington lançou alerta sobre a possibilidade de ataques
iminentes a instituições financeiras no país tendo como base informações que datavam de anos
antes.
O governo é acusado por membros da oposição de fazer uso político dos anúncios de possíveis
ataques terroristas.
"Não estamos fazendo joguinhos", disse Comey. "Esses são
tempos bastante sérios, e gostaria
que não fossem. Gostaria que estivéssemos nos preocupando com
outras coisas nesse verão."
Num caso semelhante, também
foi preso ontem, em Chicago, Gale William Nettles, 66, acusado de
participar de um plano para explodir um tribunal de Justiça nos
Estados Unidos.
Nettles, um ex-detento, tentava
vender o que acreditava ser um
poderoso explosivo para supostos
terroristas, que na verdade eram
policiais.
O suposto explosivo consistia
na verdade de 680 quilos de fertilizante. Nettles alegou que pensava
carregar o mesmo produto químico, usado em plantações, que
foi utilizado no atentado terrorista de Oklahoma, em 1995, em que
168 pessoas morreram.
Buscas
Também ontem, o FBI realizou
buscas em casas nos Estados de
Nova York e Nova Jersey à procura de informações sobre os ataques com cartas contendo a bactéria antraz, enviadas a prédios do
governo e de empresas de comunicação, realizados há três anos.
Cinco pessoas morreram vítimas
dos ataques.
Ninguém foi preso e nenhuma
informação sobre os resultados
da ação foi divulgada. "As buscam
se relacionam a investigação em
andamento sobre a origem das
cartas com antraz", disse uma
porta-voz do FBI.
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