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"EIXO DO MAL"
Washington muda de política e admite recompensar norte-coreanos
EUA poderão ajudar Coréia do Norte
DA REDAÇÃO
Os EUA disseram ontem que a
Coréia do Norte tem de dar o primeiro passo para pôr fim ao impasse gerado por seu programa
nuclear, um dia após ser veiculada na mídia uma mudança na política americana em relação ao
país, segundo a qual Washington
poderia oferecer incentivos para
que Pyongyang abrisse mão de
suas capacidades nucleares.
Na semana passada, segundo
reportagem do diário "The New
York Times", o presidente George
W. Bush autorizou os negociadores americanos que participavam
de um encontro sobre o tema,
realizado em Pequim, a dizer que
os EUA estão preparados para tomar uma série de medidas para
ajudar a Coréia do Norte.
Essas medidas, ainda de acordo
com o jornal nova-iorquino
-que ouviu funcionários do governo americano-, poderiam ir
do abrandamento das sanções
que pesam sobre os norte-coreanos a um eventual acordo de paz.
Porém funcionários do governo
afirmaram ao "New York Times"
que o abrandamento das sanções
seria gradual e só ocorreria se
Pyongyang concordasse em abrir
mão de suas armas nucleares, começando a desativar suas instalações e permitindo que inspetores
internacionais pudessem acompanhar todo o processo.
Os norte-coreanos não responderam imediatamente à mudança
de estratégia dos EUA, no entanto
autoridades americanas disseram
que a mesma linha de negociação
será adotada nos próximos encontros sobre o tema.
A próxima reunião multilateral
-que também conta com a presença da Rússia, da China, do Japão e da Coréia do Sul- deverá
ocorrer em outubro.
Porém, em um discurso, o secretário de Estado dos EUA, Colin
Powell, afirmou que "chegou a
hora de os norte-coreanos mudarem seu comportamento".
A Casa Branca corroborou a declaração de Powell. "Nada vai
acontecer antes que a Coréia do
Norte altere seu comportamento
e comece a desmantelar seu programa de armas nucleares. Estamos abertos a negociações sobre
o que poderá ocorrer se os norte-coreanos mudarem seu comportamento. Estamos prontos para
conversar", afirmou Scott McClellan, porta-voz da Casa Branca.
No passado, o governo Bush criticava a administração precedente -de Bill Clinton- por ter assinado um acordo com a Coréia do
Norte, em 1994, no qual concordava em fornecer combustível aos
norte-coreanos antes que o regime comunista começasse a desativar seu programa nuclear.
Não ficou claro que tipos de incentivo os americanos poderiam
oferecer aos norte-coreanos, mas
autoridades americanas já mencionaram a possibilidade de dar
garantias de segurança a Pyongyang. Dependendo do comportamento da Coréia do Norte, é possível que, a médio e longo prazos,
Washington concorde em fornecer assistência econômica.
Pyongyang exige que os americanos aceitem a assinatura de um
pacto de não-agressão bilateral.
Porém, de acordo com a agência
de notícias russa Interfax, Washington rechaçou essa possibilidade durante a reunião da semana passada. Não houve pronunciamento oficial a esse respeito.
A crise teve início em outubro
passado, quando um alto funcionário do governo dos EUA (que
visitara a Coréia do Norte) disse
que Pyongyang admitira ter um
programa nuclear secreto. Mas os
norte-coreanos mantêm um discurso ambíguo sobre o tema.
Com agências internacionais
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