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EUA
Presidente defendia redução do papel do Estado durante campanha presidencial
Com Bush, cresce peso do governo
RANDAL MIKKELSEN
DA REUTERS, EM WASHINGTON
A era do governo inchado (se é
que deixou de existir) voltou com
força total sob a égide do presidente George W. Bush, que chegou ao poder defendendo idéias
conservadoras como alternativa.
Um estudo divulgado ontem
pelo Instituto Brookings e pela
Universidade de Nova York diz
que a dimensão da força de trabalho federal, que inclui os funcionários das empresas que ganharam contratos para prestar serviços para o governo, aumentou em
mais de 1 milhão de pessoas entre
outubro de 1999 e outubro de
2002, chegando a 12,1 milhões.
O aumento se deve à guerra ao
terrorismo, lançada por Bush
após o 11 de Setembro, ao crescimento do Departamento da Saúde e ao de outros órgãos domésticos, segundo o relatório.
Isso significa um crescimento
de cerca de 75% em relação às reduções na força de trabalho federal ligadas ao chamado ""dividendo da paz" do pós-Guerra Fria.
Este fez com que, em 1996, o ex-presidente Bill Clinton pudesse
declarar que ""a era do governo inchado" chegara ""ao fim".
De acordo com Claire Buchan,
porta-voz da Casa Branca, ""a
prioridade do presidente é garantir que o governo obtenha resultados para a população, e ele está
preocupado principalmente em
proteger os americanos, vencer a
guerra contra o terrorismo e garantir a segurança econômica".
Segundo o relatório, a força de
trabalho federal cresceu em todos
os setores -fora o funcionalismo
público federal. Isso porque o governo Bush se esforçou para tornar menos visível a expansão da
força de trabalho, transferindo
obras para empresas contratadas.
Para o autor do estudo, Paul
Light, essa é uma prática usada
desde os anos 60. ""Não vejo problema no tamanho do governo.
Mas deveríamos ser honestos
quanto à escala real de seu papel."
O funcionalismo público federal foi reduzido em 46 mil postos
entre 1999 e 2002, enquanto o número de empregos nas empresas
contratadas pelo governo federal
aumentou em 727 mil vagas.
Embora as Forças Armadas tenham ganho apenas mais 70 mil
homens, o governo criou, desde o
final do mandato de Clinton, cerca de 500 mil novos empregos ligados à defesa. ""Bush acelerou as
coisas em termos dos gastos com
a defesa", disse Light.
Em sua campanha presidencial,
em 2000, Bush se apresentou como defensor da redução do tamanho do governo federal.
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