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IRAQUE OCUPADO
Secretário cobra sugestões concretas de críticos da proposta americana; Rússia exige negociação "séria"
EUA aceitam ajustar resolução, diz Powell
DA REDAÇÃO
O secretário de Estado dos
EUA, Colin Powell, disse ontem
que o governo americano está disposto a "ajustar e adaptar" sua
proposta de resolução para o Iraque apresentada nesta semana no
Conselho de Segurança (CS) da
ONU, mas pediu à França e à Alemanha, os principais críticos da
proposta americana, que apresentem sugestões concretas.
"Ouviremos todos as observações que forem feitas e tentaremos ajustar e adaptar [a resolução] a essas observações desde
que estejam de acordo com nosso
objetivo maior", disse Powell, em
fala na Universidade George Washington, na capital americana.
Nesta semana, os EUA encaminharam ao CS uma proposta de
resolução que propõe a criação de
uma força multinacional, sob comando americano, para ajudar as
forças de ocupação no difícil -e
arriscado- processo de estabilização do Iraque. Os EUA também
querem que outros países ajudem
financeiramente na reconstrução.
Entretanto países que foram
contra a guerra, em especial a
França (membro permanente do
CS) e a Alemanha (membro provisório), exigem que os EUA cedam mais poder à ONU e transfiram o quanto antes a administração do país para os iraquianos.
"O presidente francês e o chanceler alemão disseram considerar
a resolução como um passo positivo, mas que ela não ia tão longe
quanto eles esperavam", disse Powell a jornalistas. "Gostaria agora
de ver o que eles propõe e o que
seus representantes em Nova
York irão propor", afirmou.
Powell disse que o objetivo único dos EUA no Iraque é "permitir
à população iraquiana recuperar
sua soberania", desde que baseada em instituições democráticas e
eleições.
Ontem, os 15 membros do CS
da ONU (cinco permanentes,
com direito a veto, e dez provisórios) realizaram as primeiras discussões informais sobre a proposta americana.
A Rússia (membro permanente
que também se opôs à guerra)
deixou claro que os EUA terão de
negociar seriamente questões
centrais como o papel da ONU e o
cronograma para devolver a soberania aos iraquianos.
"Preliminarmente, posso dizer
que essa iniciativa merece atenção, pois seu conteúdo reflete os
princípios que têm sido defendidos pela Rússia", disse o ministro
das Relações Exteriores russo,
Igor Ivanov. "Naturalmente, muito trabalho sério terá de ser feito
para que [esses princípios] estejam refletidos na versão final."
Para ser aprovada, a resolução
precisa receber a maioria dos 15
votos no CS e não pode ser vetada
por nenhum dos cinco membros
permanentes. O Reino Unido
apóia os EUA, e a China, embora
contrária à guerra, tem se mostrado simpática à resolução.
O presidente dos EUA, George
W. Bush, fará no domingo à noite,
na Casa Branca, um discurso sobre o Iraque.
Rumsfeld no Iraque
Enquanto Powell articulava nos
EUA, o secretário da Defesa americano, Donald Rumsfeld, visitava
o Iraque. Em entrevista gravada
transmitida pela Rede de Mídia
Iraquiana, ele disse que os ataques
contra as forças americanas e britânicas não levarão os EUA e o
Reino Unido a deixar o país e não
trarão o ex-ditador iraquiano
Saddam Hussein de volta.
"A coalizão não será dissuadida
por meio de sabotagem ou de
ações de atiradores e terroristas
com carros-bombas", disse. "O
regime de Saddam acabou. Eles
não voltarão."
Com agências internacionais
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