São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2008

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Americanos treinaram 80 georgianos até abril, diz jornal

DA REDAÇÃO

Os EUA realizaram treinamento militar de combate com 80 soldados das forças especiais georgianas de janeiro a abril deste ano, informou ontem o "Financial Times". Segundo o jornal britânico, uma segunda etapa dos exercícios estava prevista para ter início em 11 de agosto, mas foi abortada pelo conflito entre a Geórgia e a Rússia, deflagrado apenas quatro dias antes.
Documentos obtidos e entrevistas realizadas com oficiais americanos mostram que duas empresas foram contratadas pelo Pentágono para treinar os georgianos em uma base próxima à capital, Tbilisi. Oficialmente, o treinamento, realizado por militares americanos da reserva, era para integrá-los às forças da Otan, a aliança militar ocidental, no Afeganistão.
De acordo com o jornal, não há provas de que o Departamento de Defesa dos EUA soubesse que os soldados treinados seriam usados pela Geórgia para tentar retomar a região separatista da Ossétia do Sul. O ex-presidente e premiê russo, Vladimir Putin, acusa os EUA de terem "orquestrado" a ação.
O vice-presidente americano, Dick Cheney, que, na quinta, esteve na Geórgia com Mikhail Saakashvili e defendeu o país no conflito, encontrou-se ontem, em Kiev, com o presidente da Ucrânia, o pró-Ocidente Viktor Yushchenko. O país é o terceiro e último da viagem de Cheney por três ex-repúblicas soviéticas, que começou no Azerbaijão na quarta.
Em meio à crise política local, que opôs nesta semana Yushchenko à premiê Yulia Tymoshenko, Cheney fez um apelo pela união e defendeu o ingresso do país na Otan. A melhor maneira de contornar as ameaças "é unir-se internamente e com outras democracias", disse. O vice americano também havia defendido o ingresso da Geórgia na Otan.
Na origem da crise ucraniana, está a negativa da premiê em apoiar plenamente as pretensões de Yushchenko de aproximação com o Ocidente, que incluem ainda o ingresso na União Européia. O presidente acusa Tymoshenko de tomar atitudes pró-Moscou e ameaça antecipar as eleições de 2009. Pesquisas de opinião mostram que a maioria dos ucranianos não deseja o ingresso na Otan.

Com agências internacionais



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