São Paulo, sexta-feira, 07 de março de 2008

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Militares do Equador anunciam prisão de cinco supostos integrantes das Farc

FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A LAGO AGRIO (EQUADOR)

As forças militares do Equador capturaram cinco supostos guerrilheiros das Farc em área próxima à fronteira com a Colômbia, anunciou ontem o ministro de Segurança Externa e Interna, Gustavo Larrea.
De acordo com o ministro, os homens, que usavam uniformes camuflados com distintivos da guerrilha e levavam uma submetralhadora, foram detidos próximos ao rio Tanangué, afluente do San Miguel, divisa com o território colombiano.
Os prisioneiros foram levados para um batalhão nos arredores de Lago Agrio, capital da Província de Sucumbíos (oeste). Imagens dos detidos não foram exibidas ontem.
As detenções são resultado de operações de militares equatorianos na área onde ficava o acampamento das Farc destruído por bombardeio colombiano no sábado, desatando a crise diplomática na região.
Para justificar o ataque, a Colômbia acusou o governo equatoriano de ligações com a guerrilha. Desde então, os militares do país têm divulgado dados sobre operações anteriores contra as Farc.
No local do ataque colombiano, região de selva a 30 km da cidade de Angostura, mais um corpo foi encontrado anteontem. Até agora, sabe-se que 23 pessoas morreram na operação, entre elas o número 2 da guerrilha, Raúl Reyes.
Também ontem, agentes da Polícia Nacional e um promotor de Justiça equatorianos cumpriram mandado de busca em uma fazenda a poucos quilômetros do local. A hipótese é a de que a fazenda fornecia produtos à guerrilha.
Segundo militares, na fazenda estavam apenas uma mulher e uma criança colombianas, sem documentos adequados de permanência no país. Havia ainda cabeças de gado e víveres. No acampamento das Farc, os militares encontraram trilhas que ligam à fazenda.
É uma prática comum das Farc aliciar ou coagir produtores e camponeses para a produção de seus mantimentos. São esses "civis" que também comumente fazem compras em comércios do lado equatoriano, como na cidade de Lago Agrio.
Apesar da determinação de "tropas em alerta" feita pelo presidente Rafael Correa no fim de semana, ainda era pouco visível o reforço em locais como a localidade de General Farfán, nas margens do rio Putumayo, divisa com a Colômbia. "Aqui está tudo igual, quando eu ligo a televisão e vejo as notícias é que fico nervosa", disse Joana Casanova, 36, funcionária de um mercado na área.
O ministro Larrea informou ontem que poderiam ser "mais de dez, um grupo numeroso" os mortos de origem mexicana entre os abatidos no ataque ao acampamento.


Com agências internacionais


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