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Militares do Equador anunciam prisão de cinco supostos integrantes das Farc
FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A LAGO AGRIO
(EQUADOR)
As forças militares do Equador capturaram cinco supostos
guerrilheiros das Farc em área
próxima à fronteira com a Colômbia, anunciou ontem o ministro de Segurança Externa e
Interna, Gustavo Larrea.
De acordo com o ministro, os
homens, que usavam uniformes camuflados com distintivos da guerrilha e levavam uma
submetralhadora, foram detidos próximos ao rio Tanangué,
afluente do San Miguel, divisa
com o território colombiano.
Os prisioneiros foram levados para um batalhão nos arredores de Lago Agrio, capital da
Província de Sucumbíos (oeste). Imagens dos detidos não
foram exibidas ontem.
As detenções são resultado
de operações de militares equatorianos na área onde ficava o
acampamento das Farc destruído por bombardeio colombiano no sábado, desatando a
crise diplomática na região.
Para justificar o ataque, a Colômbia acusou o governo equatoriano de ligações com a guerrilha. Desde então, os militares
do país têm divulgado dados sobre operações anteriores contra as Farc.
No local do ataque colombiano, região de selva a 30 km da
cidade de Angostura, mais um
corpo foi encontrado anteontem. Até agora, sabe-se que 23
pessoas morreram na operação, entre elas o número 2 da
guerrilha, Raúl Reyes.
Também ontem, agentes da
Polícia Nacional e um promotor de Justiça equatorianos
cumpriram mandado de busca
em uma fazenda a poucos quilômetros do local. A hipótese é
a de que a fazenda fornecia produtos à guerrilha.
Segundo militares, na fazenda estavam apenas uma mulher
e uma criança colombianas,
sem documentos adequados de
permanência no país. Havia
ainda cabeças de gado e víveres.
No acampamento das Farc, os
militares encontraram trilhas
que ligam à fazenda.
É uma prática comum das
Farc aliciar ou coagir produtores e camponeses para a produção de seus mantimentos. São
esses "civis" que também comumente fazem compras em
comércios do lado equatoriano,
como na cidade de Lago Agrio.
Apesar da determinação de
"tropas em alerta" feita pelo
presidente Rafael Correa no
fim de semana, ainda era pouco
visível o reforço em locais como
a localidade de General Farfán,
nas margens do rio Putumayo,
divisa com a Colômbia. "Aqui
está tudo igual, quando eu ligo a
televisão e vejo as notícias é que
fico nervosa", disse Joana Casanova, 36, funcionária de um
mercado na área.
O ministro Larrea informou
ontem que poderiam ser "mais
de dez, um grupo numeroso" os
mortos de origem mexicana
entre os abatidos no ataque ao
acampamento.
Com agências internacionais
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