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Australianos são seqüestrados na China
Em caso raro no país, turistas viram reféns por 3 horas; seqüestrador foi morto pela polícia após liberá-los
RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM
O seqüestro de dez australianos em Xian por um homem armado com explosivos, morto
pela polícia após liberar os reféns, levou a Chancelaria chinesa a afirmar ontem que o país
não oferece perigo aos turistas
estrangeiros que visitarão Pequim durante a Olimpíada.
Nem o Ministério das Relações Exteriores da China, nem
a embaixada da Austrália em
Pequim deram maiores detalhes sobre o seqüestro dos
agentes de viagens australianos, que recebeu cobertura mínima da mídia estatal chinesa.
Só ontem, após a notícia ganhar muito destaque na Austrália, que o governo chinês decidiu falar mais sobre o assunto, com uma cobertura um pouco maior nos jornais chineses.
O homem foi morto a tiros
pela polícia depois do seqüestro de três horas em uma das cidades turísticas mais visitadas
do país. Os reféns australianos,
que faziam uma viagem de reconhecimento dos destinos turísticos do país, não foram feridos e partiriam ontem mesmo
de Xangai de volta à Austrália.
"Não vejo esse caso como
constrangimento para a China
porque essas coisas acontecem
em qualquer país, e o que importa é como se lida com esses
casos", disse o porta-voz da
Chancelaria, Qin Gang.
"Comparada a outros países,
a China é um destino mais seguro para os turistas."
Tensão olímpica
O seqüestro acontece a cinco
meses da Olimpíada de Pequim, que espera receber cerca
de 500 mil visitantes estrangeiros. Para o governo chinês, há
enorme preocupação quanto à
imagem do país perto da realização da Olimpíada. O evento é
considerado como a grande
oportunidade para o país exibir
o seu estágio de desenvolvimento para o mundo.
Não são conhecidos a profissão do seqüestrador nem o motivo do ataque. Os únicos detalhes foram revelados por parentes e amigos dos reféns na
Austrália. "Quando ele tomou o
ônibus, muita gente conseguiu
fugir. Ninguém entendia o que
ele falava, mas sabiam que tinha algo errado. Após dar algumas voltas, ele abriu o casaco e
tinha explosivos amarrados pelo corpo", disse Sue Wynne, colega do refém Rhiannon Dunkley, à Associated Press.
Nove dos reféns deixaram o
ônibus rapidamente, mas uma
mulher de 48 anos e a intérprete do grupo ficaram no ônibus,
já cercado pela polícia, por duas
horas. A polícia de Xian não divulgou nenhum detalhe sobre o
seqüestrador morto, além de
seu nome, Xia Tao.
A violência contra turistas é
rara na China. O chanceler australiano, Stephen Smith, disse
que o seqüestro é um "evento
incomum na China" e que seu
país pediu um relatório detalhado sobre o que aconteceu.
Mas o governo australiano
apenas alerta que há assaltos e
furtos em áreas turísticas de
Pequim e Xangai.
Um estudo divulgado ontem
pela Organização Mundial do
Turismo revela que o turismo
na China deve geral US$592 bilhões neste ano.
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