São Paulo, sexta-feira, 07 de maio de 2004

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Americanos fazem megaofensiva contra milícia xiita

DA REDAÇÃO

Os EUA fizeram ontem sua maior ofensiva na região de Najaf, cidade sagrada para os xiitas, desde o início das tensões com a milícia do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr, há um mês. No pior confronto, 41 insurgentes morreram, segundo os americanos.
Apesar da intensificação dos combates contra o Exército Mehdi, fiel a Al Sadr, o comando dos EUA evitou invadir a cidade -o que poderia provocar um levante de grande proporção no país, majoritariamente xiita.
Al Sadr está entrincheirado em Najaf, onde se situam alguns dos templos mais importantes para os xiitas. Na ação de ontem, os EUA retomaram o prédio do governador regional, que os seguidores de Al Sadr haviam ocupado no início de abril. Embora não tenha havido resistência à retomada, após a ação insurgentes dispararam tiros do topo de alguns prédios e casas. Nove civis foram feridos.
O chefe da administração americana no Iraque, Paul Bremer, já nomeou um novo governador para a região, Adnan al Zurufi.
Também houve combates, pelo segundo dia consecutivo, em um cemitério nos arredores da cidade sagrada. À noite, os milicianos atacaram com morteiros a base dos EUA no local, e os soldados responderam a tiros. A operação foi acompanhada por jatos.
Mas o embate mais sangrento teve lugar em Kufa, onde os americanos mataram ao menos 41 membros do Exército Mehdi. O saldo foi divulgado pelos militares, e não foram dados detalhes. Nenhum soldado morreu.
Em Karbala, seguidores de Al Sadr emboscaram soldados dos EUA perto de um dos principais templos da cidade. Os americanos revidaram com tiros e, segundo relatos citados pela agência de notícias Associated Press, atingiram quatro ônibus de peregrinos paquistaneses. Segundo esses relatos, "três ou quatro" peregrinos morreram. Não há confirmação.
Mais ao sul, em Nassiriah, soldados italianos entraram em confronto com insurgentes, matando três deles. Um soldado foi ferido.

Seqüestro e recompensa
A TV Al Arabiya, sediada em Dubai, exibiu ontem imagens de um suposto refém americano capturado por insurgentes iraquianos. No vídeo, um homem vendado descrito como iraquiano-americano se identifica como Aban Elias e diz ser de Denver.
"Sou um engenheiro civil trabalhando em Bagdá", afirma o cativo. Um comunicado de um grupo autodenominado Brigada da Fúria Islâmica, até então desconhecido, afirma que Elias foi seqüestrado no último dia 3. Nenhuma exigência foi feita.
Um website divulgou um comunicado atribuído a Osama bin Laden, o líder da organização terrorista Al Qaeda, em que são oferecidas recompensas em ouro (equivalentes a US$ 125 mil) pela morte de autoridades americanas e funcionários da ONU no Iraque. A autenticidade do documento não pôde ser comprovada.
Também ontem, o Senado americano ratificou John Negroponte, atual representante de Washington na ONU, como o novo embaixador dos EUA no Iraque.


Com agências internacionais

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