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CUBA
Relatório sugere que Washington evite ascensão do irmão Raul; "estamos trabalhando para o dia da liberdade", diz Bush
EUA planejam intervir na sucessão de Fidel
DA REDAÇÃO
Uma comissão presidencial liderada pelo secretário Colin Powell (Estado) recomendou que os
Estados Unidos tomassem medidas para intervir na planejada sucessão cubana, em que o poder
passaria do ditador Fidel Castro
para o seu irmão mais novo, Raul.
O relatório de 500 páginas afirma que os EUA "rejeitam a continuação da ditadura comunista"
na ilha. Seu conteúdo só foi divulgado ontem, após o presidente
dos EUA, George W. Bush, tê-lo
discutido com os membros da comissão.
O documento sugere "focar a
pressão e a atenção na elite governante para que uma sucessão feita
por essa elite ou por qualquer um
de seus indivíduos seja vista como
deveria: um impedimento a uma
Cuba democrática e livre".
"Não estamos esperando o dia
da liberdade cubana, estamos trabalhando para o dia da liberdade
cubana", disse Bush a jornalistas
em Washington, durante uma
sessão de fotos.
Mais tarde, o secretário-assistente de Estado para o Hemisfério
Ocidental, Roger Noriega, disse
que Bush aceita, em termos gerais, as recomendações do relatório, entregue oficialmente na última segunda-feira. Não ficou claro, porém, se e quando as medidas serão formalmente adotadas.
Um nota divulgada pela Casa
Branca afirma que faz parte dos
objetivos da política externa americana "pôr fim à cruel e brutal ditadura em Cuba".
A recomendação da comissão
para bloquear os planos de sucessão em Cuba foi considerada um
passo além da atual política de
apressar a transição democrática
no país.
Em 1961, durante o governo do
presidente John Kennedy, os EUA
promoveram uma fracassada invasão da baía dos Porcos, em Cuba, organizada com uso de exilados cubanos.
Remessas
Ao contrário do que vinha sendo especulado, o relatório não sugeriu nenhuma mudança no limite de US$ 1.200 por ano que as famílias cubano-americanas podem enviar para a ilha. Remessas
de dinheiro e de pacotes de presentes, porém, se restringiram a
parentes próximos. "Certos
membros do governo e do Partido Comunista" ficariam proibidos de receber dinheiro ou presentes.
A comissão defende ainda uma
redução de viagens de familiares à
ilha. Em vez de uma viagem por
ano, as visitas ao país se limitariam a uma a cada três anos.
Cuba tem tradicionalmente sido um dos principais temas de
política externa nas eleições presidenciais americanas, sobretudo
na Flórida, onde se concentram
exilados e filhos de exilados cubanos após a revolução que levou Fidel ao poder, em 1959.
Repercussão
As primeiras reações no Congresso americano ao relatório foram divididas. Os republicanos de
origem cubana, com forte presença na Flórida, elogiaram o documento.
Ao menos cinco senadores
(dois republicanos), no entanto,
disseram se opor às recomendações do relatório.
Bush destinou até US$ 59 milhões para serem gastos nos próximos dois anos para ajudar a
acelerar a transição para a democracia na ilha.
Até US$ 36 milhões seriam gastos para financiar atividades pró-democracia e para apoiar familiares de opositores políticos, entre
outras ações.
Também seriam destinados até
US$ 18 milhões para driblar o bloqueio cubano à recepção da rádio
e TV Martí. Ambos os veículos
são financiados pelos EUA e destinados ao público cubano na
ilha. Outros US$ 5 milhões também seriam destinados a disseminar informações no exterior sobre
as violações de direitos humanos
em Cuba e outros temas.
Com agências internacionais
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