DA REDAÇÃO

O serviço secreto da Alemanha possui indícios de que o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat, teria utilizado dinheiro de ajuda econômica da União Européia para financiar atentados contra Israel.
A informação foi publicada ontem pelo semanário alemão "Die Zeit", que diz ainda que a agência de espionagem do país (BND) teria suspendido atividades de cooperação com os serviços de inteligência palestinos em 2000, logo após tomar conhecimento de sua participação em atos suicidas.
Após acusações do governo de Israel este ano de que Arafat destinava verbas européias para fins ilícitos, o governo de Berlim pediu uma investigação ao BND sobre o assunto.
Os relatórios da agência, de acordo com a publicação, dizem haver indícios que sustentam as denúncias israelenses, embora seus agentes não tenham encontrado provas contundentes.
O ministro das Relações Exteriores alemão, Joschka Fischer, trata o assunto com cautela. Parlamentares argumentam que o país deveria deixar de apoiar a ANP em negociações políticas dentro da União Européia (UE) se houver indícios de que o dinheiro do contribuinte alemão está sustentando involuntariamente uma campanha terrorista.
A notícia surge num momento em que o apoio internacional ao líder palestino está em baixa.
Diferentemente da outra vez em que Israel invadiu o seu quartel-general em Ramallah, quando a comunidade internacional condenou duramente a ofensiva, líderes dos EUA e da UE silenciaram ou criticaram apenas discretamente a ação de ontem.
Um porta-voz da Casa Branca chegou a dizer anteontem que, na opinião do presidente George W. Bush, Arafat não é eficiente nem merecedor de confiança.
As autoridades americanas admitiram inclusive que, embora não descartem a importância de Arafat para a retomada de um processo de paz, elas já dialogam também com outros líderes palestinos moderados de Gaza e Cisjordânia.