São Paulo, sexta-feira, 07 de junho de 2002

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EUA têm plano de paz, diz Peres

DA REDAÇÃO

O chanceler israelense, Shimon Peres, disse ontem que os EUA estão preparando novo plano que serviria de base para tentar resolver o conflito israelo-palestino.
Washington teria a intenção de apresentar a iniciativa às partes de forma a criar perspectivas de um fim à violência, levando os líderes a se concentrar mais em negociações e menos em guerra.
O documento serviria de ponto de partida para discussões numa eventual conferência internacional de paz, que vêm sendo articulada por enviados americanos e europeus ao Oriente Médio.
Segundo Peres, essa proposta incluiria o desmantelamento de todas as colônias judaicas na faixa de Gaza e na Cisjordânia. Em troca, os palestinos teriam de abdicar de suas reivindicações pelo direito de retorno de seus mais de 3,5 milhões de refugiados.
O chanceler -que costuma apresentar idéias mais otimistas sobre a possibilidade de paz do que o premiê Ariel Sharon- disse que Israel deveria cooperar com EUA, Rússia e União Européia na busca de um acordo com os palestinos. O diário israelense "Haaretz" publicou ontem os primeiros detalhes do plano americano. Ele prevê a criação de um Estado palestino tendo suas fronteiras delimitadas pelas linhas anteriores à guerra de 1967, quando Israel tomou Gaza do Egito e a Cisjordânia da Jordânia.
A implementação da solução com dois Estados se daria ao longo de três anos. Os palestinos seriam obrigados a promover reformas institucionais.
O documento -que ainda não chegou ao presidente George W. Bush -foi formulado pelo Departamento de Estado. Sob a liderança do secretário de Estado, Colin Powell, defende a diplomacia como instrumento fundamental para solucionar a crise.
Outros setores do governo -sobretudo o Departamento da Defesa e o Pentágono- costumam observar a questão do Oriente Médio sob as lentes da guerra global ao terrorismo. Sua prioridade é atacar o Iraque, que estaria desenvolvendo armas de destruição em massa.
O resultado dessa disputa interna pela preferência de Bush deve determinar se Washington adotará um papel mais intervencionista ou mais distanciado na mediação de um diálogo entre palestinos e israelenses.


Com agências internacionais

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