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EUA têm plano de paz, diz Peres
DA REDAÇÃO
O chanceler israelense, Shimon Peres, disse ontem que os EUA estão preparando novo plano que serviria de base para tentar resolver o conflito israelo-palestino.
Washington teria a intenção de apresentar a iniciativa às partes de
forma a criar perspectivas de um fim à violência, levando os líderes
a se concentrar mais em negociações e menos em guerra.
O documento serviria de ponto de partida para discussões numa
eventual conferência internacional de paz, que vêm sendo articulada por enviados americanos e europeus ao Oriente Médio.
Segundo Peres, essa proposta incluiria o desmantelamento de todas as colônias judaicas na faixa de Gaza e na Cisjordânia. Em troca, os palestinos teriam de abdicar de suas reivindicações pelo direito de retorno de seus mais de 3,5
milhões de refugiados.
O chanceler -que costuma apresentar idéias mais otimistas sobre a possibilidade de paz do que o premiê Ariel Sharon- disse que Israel deveria cooperar
com EUA, Rússia e União Européia na busca de um acordo com
os palestinos. O diário israelense
"Haaretz" publicou ontem os primeiros detalhes do plano americano. Ele prevê a criação de um
Estado palestino tendo suas fronteiras delimitadas pelas linhas anteriores à guerra de 1967, quando
Israel tomou Gaza do Egito e a
Cisjordânia da Jordânia.
A implementação da solução
com dois Estados se daria ao longo de três anos. Os palestinos seriam obrigados a promover reformas institucionais.
O documento -que ainda não
chegou ao presidente George W.
Bush -foi formulado pelo Departamento de Estado. Sob a liderança do secretário de Estado, Colin Powell, defende a diplomacia
como instrumento fundamental
para solucionar a crise.
Outros setores do governo
-sobretudo o Departamento da
Defesa e o Pentágono- costumam observar a questão do
Oriente Médio sob as lentes da
guerra global ao terrorismo. Sua
prioridade é atacar o Iraque, que
estaria desenvolvendo armas de
destruição em massa.
O resultado dessa disputa interna pela preferência de Bush deve
determinar se Washington adotará um papel mais intervencionista
ou mais distanciado na mediação
de um diálogo entre palestinos e
israelenses.
Com agências internacionais
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