|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA
Demente, com câncer e hepatite, James Hubbard havia passado os últimos 27 anos no corredor da morte por homicídio
Alabama executa condenado de 74 anos
ANDREW BUNCOMBE
DO "INDEPENDENT", EM WASHINGTON
A morte pela qual James Barney
Hubbard foi condenado aconteceu há tanto tempo que Elvis
Presley ainda se apresentava.
Hubbard e seus advogados passaram 27 anos lutando para estender sua vida, registrando uma
apelação após outra nos tribunais.
Anteontem, quando as apelações
se esgotaram, Hubbard, enfraquecido pela demência, foi executado por injeção letal no Alabama.
Ele tinha 74 anos. Foi a pessoa
mais velha executada nos EUA
em seis décadas.
A execução vai desencadear novos questionamentos sobre a pena de morte nos EUA. Havia dias
em que a demência de Hubbard
era tão aguda que ele nem sequer
sabia quem era. Alan Rose, advogado de Hubbard nos últimos 16
anos, lamentou. "Ele era um homem doente. "Era inofensivo,
não fazia sentido executá-lo."
Hubbard foi condenado por ter
matado a tiros, em 1977, Lillian
Montgomery, comerciante de
Tuscaloosa. Solitária e alcoólatra,
ela concordara em alojar Hubbard quando ele recebeu liberdade condicional, depois de envolver-se num homicídio em 1957.
A família da viúva afirmava que,
no dia de sua morte, ela e Hubbard tinham bebido juntos. Hubbard sempre negou o crime, dizendo que Montgomery atirou
nela mesma, apesar de ela ter recebido três tiros no rosto de um
revólver que ela ganhara de seu filho mais velho, Jimmy.
Jimmy Montgomery contou
que a última vez em que viu sua
mãe viva foi quando a levou para
ver Elvis cantar, em Tuscaloosa.
Depois da execução ele disse
que ficou decepcionado pelo fato
de Hubbard -silencioso, pálido
e sofrendo de câncer, hepatite e
enfisema- ter optado por não fazer um último pedido de desculpas. Segundo ele, Hubbard pareceu ter morrido sem dor. "Eu teria
preferido a cadeira elétrica, ou
quem sabe fuzilamento."
O tempo de Hubbard no corredor da morte chegou ao fim quando a Suprema Corte rejeitou uma
apelação segundo a qual, em razão da idade e do estado de saúde
do réu, executá-lo seria um "castigo cruel e incomum", algo proibido pela Constituição.
Hubbard foi a pessoa mais velha
a ser executada desde 1941, quando James Stephen, do Colorado,
foi morto aos 76 anos.
Texto Anterior: Ásia: Tribunal livra 4 condenados por massacre em Timor Próximo Texto: Revolução: China abre sua 1ª feira de produtos sexuais Índice
|