|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Síria diz ter repelido invasão israelense
Damasco afirma ter acionado defesa antiaérea contra aviões que penetraram seu espaço; premiê israelense diz ignorar incursão
Governo da Síria protesta contra "ação agressiva", alertando que "reserva o direito de reagir da forma que julgar apropriada"
DA REDAÇÃO
A Síria abriu fogo ontem contra aviões israelenses que invadiram seu espaço aéreo, informou a agência oficial de notícias síria, Sana. O primeiro-ministro de Israel , Ehud Olmert,
disse desconhecer a incursão
aérea no país inimigo.
Se for confirmado, o incidente terá sido o mais grave entre
os dois países desde a Guerra
do Líbano, no ano passado,
quando o Exército israelense
bombardeou durante 34 dias o
grupo radical libanês Hizbollah. Com o apoio da Síria, o
Hizbollah respondeu com o
disparo de foguetes contra cidades israelenses.
"Aviões inimigos israelenses
penetraram o espaço aéreo sírio do mar Mediterrâneo, dirigindo-se ao nordeste e rompendo a barreira do som", disse
à Sana um porta-voz militar sírio, não identificado. "Nossas
defesas aéreas os repeliram e os
forçaram a se retirar."
O porta-voz disse ainda que
os aviões israelenses lançaram
munição em uma área não habitada, "sem causar danos materiais ou humanos", antes de
fazer um alerta. "A República
Árabe Síria adverte o governo
do inimigo israelense contra
essa ação agressiva e reserva o
direito de reagir da forma que
julgar apropriada."
O Exército israelense não comentou o episódio, alegando
que "não tem o hábito de reagir
a tais relatos". Horas depois,
contudo, o premiê Ehud Olmert disse não ter conhecimento de nenhuma invasão israelense do espaço aéreo sírio.
"Não sei do que você está falando", disse Olmert, ao ser questionado sobre o incidente pelo
jornal "Haaretz".
Olmert insistiu que não havia
ocorrido nada fora do normal.
"Eu não pareço calmo?", indagou o premiê ao repórter.
O governo de Damasco, por
outro lado, fez questão de demonstrar o oposto. Em entrevista à rede de TV Al Jazeera,
Mohsen Bilal, ministro da Informação sírio, não poupou
ataques ao país vizinho: "Israel
de fato não quer a paz. Não pode sobreviver sem agressão,
traição e mensagens militares".
Ele acrescentou que o governo sírio estava "estudando seriamente a natureza de sua resposta", mas não disse se ela seria militar ou diplomática. Bilal
também não quis dar detalhes
do episódio, afirmando apenas
que ele era uma prova da "hostilidade" israelense.
Outro membro do gabinete
sírio, Buthaina Shaaban, não
quis afirmar se Israel desferira
um ataque contra seu país, mas
confirmou que houve violação
do espaço aéreo. "Somos um
país soberano. Eles não podem
fazer isso", disse Shaaban, também à Al Jazeera.
O governo sírio não especificou que tipo de aeronave invadiu o seu espaço aéreo e muitas
outras questões sobre o episódio continuavam sem resposta.
Entre elas o número de aviões
envolvidos e o ponto em que estavam quando a defesa antiaérea síria entrou em ação. De
acordo com a agência Reuters,
testemunhas viram quatro
aviões perto da fronteira entre
Síria e Turquia. Segundo outro
relato, da TV Al Arabiya, os
aviões israelenses foram atacados na região de Qamishli, perto da fronteira com o Iraque.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Félix: Furacão mata ao menos 98 na América Central Próximo Texto: Análise: Relação bipolar causa oscilação permanente Índice
|