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IRAQUE OCUPADO
Condoleezza Rice, assessora de segurança, deve ter palavra final no processo, aproximando Casa Branca de Bagdá
Bush muda comando da reconstrução
DA REDAÇÃO
Primeiro, foi o general da reserva Jay Garner. Depois, a fim de
dar um caráter civil à ocupação
militar do Iraque, o diplomata
Paul Bremer. Agora, caberá a
Condoleezza Rice, assessora de
segurança nacional do presidente
George W. Bush, assumir as rédeas da reconstrução iraquiana.
Diante dos cada vez mais numerosos problemas -e críticas-
sofridos pela administração americana do Iraque, Bush nomeou
Rice para liderar uma nova autoridade no país e aumentar a participação direta da Casa Branca no
processo, em detrimento do Pentágono, ao qual responde Bremer.
Rice, um dos maiores "falcões"
do governo americano e uma das
assessoras mais próximas ao presidente, comandará o Grupo de
Estabilização do Iraque -um
grupo de apoio a Bremer que passa a operar nesta semana.
"O trabalho de Condi e a equipe
de Condi vão assegurar que os esforços sejam -continuem a
ser- coordenados, para que continuemos a progredir", declarou o
presidente na Casa Branca.
Já nas palavras de um funcionário do governo citado pelo jornal
"The Washington Post", o objetivo do novo grupo será resolver
problemas diários e "descer o chicote" sobre o controle dos recursos que a Autoridade Provisória
da Coalizão, chefiada por Bremer,
receber de Washington e de outros governos. Com isso, disse o
funcionário, cujo nome não foi
revelado, Bush pretende passar a
mensagem de que o Iraque é
"prioridade de todo o governo".
Responsabilidades
"O que queremos, desta vez, é
estabelecer um ponto no qual nos
concentrarmos e uma fonte central de responsabilidade e prestação de contas", afirmou. Esse
ponto de centralização seria Rice.
O grupo, segundo o "Post", foi
criado pela própria assessora em
um relatório confidencial emitido
na última quinta-feira. Funcionários do governo afirmaram que o
projeto vinha sendo discutido entre ela, Bush e o vice-presidente,
Dick Cheney, desde agosto.
Sua estrutura se divide em quatro áreas, cada uma com um administrador e todas submissas a
Rice: combate ao terrorismo, economia, política e mídia.
Não está claro se, com a criação
do grupo, a autoridade de Bremer
e do Pentágono será reduzida.
Falta de planejamento
Nos últimos meses, o governo
vinha dizendo que a Casa Branca
não teria uma participação direta
maior no processo de reconstrução iraquiano, para o qual foi designada a APC. A decisão de envolver uma assessora próxima no
processo, entretanto, mostra que
Bush sentiu necessidade de ter
maior controle da situação ao se
deparar com problemas muito
maiores do que os EUA esperavam encontrar no país.
O primeiro desses problemas é
o surto de ataques a tropas americanas no país, que continua a produzir baixas quase que diárias.
O segundo é a dificuldade em
obter recursos internacionais.
Nos próximos dias 23 e 24,
ocorre em Madri uma conferência de doadores que pretende arrecadar fundos para a reconstrução. Até lá, os EUA esperam aprovar uma nova resolução no Conselho de Segurança da ONU a fim
de conquistar o apoio externo.
Mas a proposta inicial pouco
entusiasmou os demais membros
do conselho e o secretário-geral
da ONU, Kofi Annan. Este já deu
a entender que o organismo não
se envolverá mais no processo político do Iraque a menos que seja
para coordená-lo. Como Rice vai,
a partir desta semana, coordenar
o processo político iraquiano, isso
parece pouco provável.
Turquia
O gabinete da Turquia concordou ontem em propor ao Parlamento do país o envio de até 10
mil soldados ao Iraque.
Antes da guerra, o gabinete havia aprovado a concessão do uso
de suas bases próximas à fronteira
com o Iraque às tropas americanas, mas o Parlamento a vetou.
Com agências internacionais
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