São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÃO NOS EUA

Presidente chama o oponente de "fraco", "indeciso" e "gastador"; campanha do senador diz que é "desespero"

Bush faz seu maior ataque contra Kerry

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

O presidente dos EUA, George W. Bush, desferiu ontem os ataques mais pesados da atual campanha contra seu opositor democrata, o senador John Kerry.
Em discurso na Pensilvânia, Bush acusou Kerry de ser "fraco", "indeciso" e "gastador" dois dias antes de enfrentar o democrata no segundo debate presidencial. "Como candidato, meu oponente promete defender a América. O problema é que, como senador, ele tem um histórico de duas décadas de fraquezas", disse Bush. "No Iraque, sua estratégia é recuar. A minha, vencer."
"Suas propostas tornarão os EUA mais fracos, e o mundo, um lugar mais perigoso", disse.
Bush também bateu forte em Kerry na área econômica, acusando-o de ter votado por aumentos de impostos em 98 ocasiões.
A campanha de Kerry qualificou os ataques de Bush como um "ato de desespero" e acusou o discurso do presidente de "estar cheio de mentiras".
"Bush não diria isso tudo na frente de Kerry porque sabe que ele colocaria abaixo todas essas inverdades", disse Phil Singer, porta-voz da campanha de Kerry.
A ofensiva de Bush deu-se no dia seguinte ao debate entre os candidatos a vice-presidente e na esteira de pesquisas que mostraram que Kerry se saiu melhor no primeiro embate contra o presidente, na semana passada.
Bush, que levava vantagem sobre o democrata em pesquisas eleitorais, voltou a uma situação de empate técnico.
No discurso de ontem, livre do tipo de resposta que recebeu de Kerry no confronto direto, Bush voltou a praticamente todos os pontos discutidos durante o evento da semana passada na TV -assistido por cerca de 62 milhões de norte-americanos.
Depois de ter sido fortemente questionado por Kerry no debate sobre os motivos que levaram os EUA à Guerra do Iraque, Bush disse ontem que, antes de invadir o país, "havia um risco, um risco real, de Saddam Hussein repassar armas, materiais e informações a redes terroristas".
Relatório divulgado ontem por Charles Duelfer, funcionário dos EUA responsável pelas inspeções no Iraque, concluiu que Saddam Hussein tinha a intenção, mas pouquíssimos meios, de produzir armas de destruição em massa.
Bush também aproveitou a ocasião para divulgar números parciais sobre os níveis de emprego nos EUA. Disse que foi criado 1,7 milhão de vagas em seu mandato, mas não contabilizou o total de demissões no período, que mantém um saldo negativo.


Texto Anterior: Análise: Texto diz que ditador destruiu armas para enganar o mundo
Próximo Texto: Terrorismo: Atentado mata 38 no Paquistão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.