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ELEIÇÃO NOS EUA
Presidente chama o oponente de "fraco", "indeciso" e "gastador"; campanha do senador diz que é "desespero"
Bush faz seu maior ataque contra Kerry
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
O presidente dos EUA, George
W. Bush, desferiu ontem os ataques mais pesados da atual campanha contra seu opositor democrata, o senador John Kerry.
Em discurso na Pensilvânia,
Bush acusou Kerry de ser "fraco",
"indeciso" e "gastador" dois dias
antes de enfrentar o democrata
no segundo debate presidencial.
"Como candidato, meu oponente
promete defender a América. O
problema é que, como senador,
ele tem um histórico de duas décadas de fraquezas", disse Bush.
"No Iraque, sua estratégia é recuar. A minha, vencer."
"Suas propostas tornarão os
EUA mais fracos, e o mundo, um
lugar mais perigoso", disse.
Bush também bateu forte em
Kerry na área econômica, acusando-o de ter votado por aumentos
de impostos em 98 ocasiões.
A campanha de Kerry qualificou os ataques de Bush como um
"ato de desespero" e acusou o discurso do presidente de "estar
cheio de mentiras".
"Bush não diria isso tudo na
frente de Kerry porque sabe que
ele colocaria abaixo todas essas
inverdades", disse Phil Singer,
porta-voz da campanha de Kerry.
A ofensiva de Bush deu-se no
dia seguinte ao debate entre os
candidatos a vice-presidente e na
esteira de pesquisas que mostraram que Kerry se saiu melhor no
primeiro embate contra o presidente, na semana passada.
Bush, que levava vantagem sobre o democrata em pesquisas
eleitorais, voltou a uma situação
de empate técnico.
No discurso de ontem, livre do
tipo de resposta que recebeu de
Kerry no confronto direto, Bush
voltou a praticamente todos os
pontos discutidos durante o evento da semana passada na TV
-assistido por cerca de 62 milhões de norte-americanos.
Depois de ter sido fortemente
questionado por Kerry no debate
sobre os motivos que levaram os
EUA à Guerra do Iraque, Bush
disse ontem que, antes de invadir
o país, "havia um risco, um risco
real, de Saddam Hussein repassar
armas, materiais e informações a
redes terroristas".
Relatório divulgado ontem por
Charles Duelfer, funcionário dos
EUA responsável pelas inspeções
no Iraque, concluiu que Saddam
Hussein tinha a intenção, mas
pouquíssimos meios, de produzir
armas de destruição em massa.
Bush também aproveitou a ocasião para divulgar números parciais sobre os níveis de emprego
nos EUA. Disse que foi criado 1,7
milhão de vagas em seu mandato,
mas não contabilizou o total de
demissões no período, que mantém um saldo negativo.
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