DA REDAÇÃO

Pelo menos 38 pessoas morreram e mais de 80 ficaram feridas ontem, na região central do Paquistão, quando um terrorista suicida se explodiu num carro durante uma manifestação em homenagem a um líder religioso sunita assassinado.
A manifestação pelo primeiro aniversário da morte do extremista Azam Tariq estava se dispersando de madrugada na cidade de Multan quando uma poderosa bomba explodiu.
A televisão local Geo (privada) disse que a bomba explodiu num carro do lado de fora do local onde a manifestação estava ocorrendo. A polícia não confirmou a informação.
O líder Tariq, que também era deputado do Parlamento paquistanês, foi morto junto com outras quatro pessoas num ataque ao seu carro em 6 de outubro de 2003.
O grupo de Tariq foi colocado na clandestinidade pelo ditador Pervez Musharraf na esteira do 11 de Setembro (2001).

Atentado no Afeganistão
A três dias da eleição presidencial do Afeganistão, o candidato a vice na chapa do atual presidente, Hamid Karzai, escapou por pouco de um atentado reivindicado pelo Taleban, ontem, no nordeste do país. Duas pessoas morreram.
Ahmad Zia Massoud estava em um comboio de veículos que fazia campanha na região, que não é um tradicional foco de ataques do Taleban. A área é mais conhecida pela produção de ópio.
Karzai é o favorito para vencer e ontem passou a contar com o importante apoio de Sayed Ishad Gailani, membro de uma das famílias mais influentes do Afeganistão, que abandonou a candidatura para apoiar o presidente. Analistas dizem que, com o apoio, Karzai passa a ter condições de superar os 50% dos votos já no sábado, evitando a realização de um segundo turno em novembro.
Massoud é considerado chave na disputa por ser irmão do herói nacional Ahmad Shah Massoud, líder da resistência contra o Taleban até ser morto em atentado no dia 9 de setembro de 2001. Para analistas, Shah Massoud seria hoje o presidente do Afeganistão se estivesse vivo.
Ontem foi o último dia oficial de campanha. Karzai fez um discurso no estádio nacional para cerca de 6.000 pessoas. "Vocês defenderam o país da URSS e dos terroristas. Agora mostrem que também são os heróis do voto", disse.