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Ex-chanceler questiona uso de véu islâmico
DA REDAÇÃO
O ex-chanceler britânico
Jack Straw provocou protestos na comunidade islâmica
no Reino Unido depois de ter
declarado preferir que mulheres muçulmanas não
usem véus que cubram seus
rostos.
Straw, líder da Câmara dos
Comuns (a Câmara baixa do
Parlamento britânico), disse
que o uso dos véus dificulta
as relações na comunidade
porque funciona como "uma
declaração visível de separação e diferença".
O ex-ministro afirmou
ainda que foi atendido quando pediu que tirassem seus
véus a mulheres muçulmanas que foram visitá-lo em
seu gabinete em Blackburn,
cidade que representa no
Parlamento e onde 19% da
população é muçulmana.
"Me sentia desconfortável
em falar com alguém "cara a
cara" cujo rosto eu não podia
ver", disse em coluna publicada anteontem no jornal
"Lancashire Telegraph".
Ontem, o ex-ministro foi
além. "Não estou ditando regras, mas com todas as precauções, sim, eu prefiro", disse à rádio BBC ao ser questionado sobre se preferia que
o uso do véu fosse abolido.
Rajnaara Akhtar, da organização Protect-Hijab, disse
que a declaração "mostra
uma total falta de compreensão dos valores dessa escolha
religiosa" e que menos de 5%
das muçulmanas usam o véu
no país.
"Minha preocupação é que
se uma pessoa da posição de
Jack Straw pode pedir a mulheres islâmicas que removam seus véus, quem vai impedir empregadores, motoristas de ônibus e lojistas de
fazer o mesmo tipo de pressão?", afirmou Zareen Roohi
Ahmed, diretora do Fórum
Muçulmano Britânico.
Mas Daud Abdullah, do
Conselho Muçulmano do
Reino Unido, considerou as
declarações de Straw compreensíveis, dizendo que o
véu causa desconforto entre
não-islâmicos e que mesmo
entre os muçulmanos seu
uso é questionado.
Com agências internacionais
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