São Paulo, sábado, 07 de outubro de 2006

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Ex-chanceler questiona uso de véu islâmico

DA REDAÇÃO

O ex-chanceler britânico Jack Straw provocou protestos na comunidade islâmica no Reino Unido depois de ter declarado preferir que mulheres muçulmanas não usem véus que cubram seus rostos.
Straw, líder da Câmara dos Comuns (a Câmara baixa do Parlamento britânico), disse que o uso dos véus dificulta as relações na comunidade porque funciona como "uma declaração visível de separação e diferença".
O ex-ministro afirmou ainda que foi atendido quando pediu que tirassem seus véus a mulheres muçulmanas que foram visitá-lo em seu gabinete em Blackburn, cidade que representa no Parlamento e onde 19% da população é muçulmana.
"Me sentia desconfortável em falar com alguém "cara a cara" cujo rosto eu não podia ver", disse em coluna publicada anteontem no jornal "Lancashire Telegraph".
Ontem, o ex-ministro foi além. "Não estou ditando regras, mas com todas as precauções, sim, eu prefiro", disse à rádio BBC ao ser questionado sobre se preferia que o uso do véu fosse abolido.
Rajnaara Akhtar, da organização Protect-Hijab, disse que a declaração "mostra uma total falta de compreensão dos valores dessa escolha religiosa" e que menos de 5% das muçulmanas usam o véu no país.
"Minha preocupação é que se uma pessoa da posição de Jack Straw pode pedir a mulheres islâmicas que removam seus véus, quem vai impedir empregadores, motoristas de ônibus e lojistas de fazer o mesmo tipo de pressão?", afirmou Zareen Roohi Ahmed, diretora do Fórum Muçulmano Britânico.
Mas Daud Abdullah, do Conselho Muçulmano do Reino Unido, considerou as declarações de Straw compreensíveis, dizendo que o véu causa desconforto entre não-islâmicos e que mesmo entre os muçulmanos seu uso é questionado.


Com agências internacionais


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