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Governo do Equador dá prazo à Petrobras
Quito adverte que atual contrato de exploração será cancelado se estatal brasileira não assinar novo acordo em até 30 dias
Lobão diz que há "pequena insatisfação" do Equador no caso e que Brasil defenderá seus interesses "dentro da amizade" entre os países
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
O governo equatoriano voltou a afirmar ontem que cancelará o contrato de exploração
do bloco 18 da Petrobras caso a
empresa não chegue a um acordo em menos de 30 dias.
Em entrevista coletiva ontem, o ministro de Minas e Petróleo do Equador, Galo Chiriboga, disse que o prazo para
chegar a um acordo é "o menor
possível" e que o governo não
esperará o resultado final de
uma auditoria sobre o bloco,
que deve ficar pronta em até 45
dias. "A mim me parece que a
Petrobras estendeu de forma
incompreensível a negociação.
Não é um problema do Estado
equatoriano", disse Chirigoba.
As pressões sobre a Petrobras para assinar um acordo
que a transforma em prestadora de serviços -exigência estendida a todas as petroleiras-
aumentaram depois que não
houve acordo até o dia 26 de setembro, prazo fixado pelo governo de Rafael Correa.
Pelos novos contratos, o governo ficaria com toda a extração, em troca do pagamento
dos custos de produção e de
uma margem de lucro às companhias de petróleo.
Em paralelo às negociações,
o bloco 18, da Petrobras, também é alvo de uma investigação
para determinar se a empresa
está explorando ilegalmente o
bloco de petróleo vizinho, chamado Palo Azul, ou se os dois
campos de petróleo são "unificados". Caso a conclusão seja
desfavorável à empresa, a exploração ficará inviabilizada.
Chiriboga, no entanto, deixou claro que a auditoria contratada para apurar a suposta
irregularidade "não pode ser
vinculante ao contrato". "Não
esperaremos mais 30 dias."
Procurada pela Folha, a Petrobras se limitou a informar,
via assessoria de imprensa,
"que continua negociando com
o governo equatoriano em clima de cordialidade e nada comentará sobre as declarações
do ministro".
O bloco 18 produz, em média,
32 mil barris de petróleo/dia e
é a única operação da Petrobras no Equador. Recentemente, a empresa devolveu o seu
outro bloco, o 31, ao Estado.
"Pequena insatisfação"
Para o ministro brasileiro de
Minas e Energia, Edison Lobão, o governo do Equador está
manifestando uma "pequena
insatisfação" com o Brasil.
"O Brasil tem obrigação de
defender seus interesses e o fará, dentro das normas vigentes
internacionais", disse.
"O assunto está sendo tratado em nível diplomático, com
assistência da Petrobras. Entre
os países civilizados não há por
que imaginar prejuízos provocados unilateralmente. O que
está havendo é uma pequena
insatisfação daquele governo,
que nós estamos tratando de
examinar e decidir junto com
eles, dentro da amizade que os
países têm", afirmou.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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